sexta-feira, 24 de outubro de 2008

JOÃO GOULART


Fui à Câmara de Vereadores assistir ao documentário sobre João Goulart. Inicialmente, o presidente Nelson Abreu abriu a Sessão Especial, em seguida, falaram o Fábio Monteiro e Cristofer Goulart (neto de João Goulart). O documentário, com duração suficiente para cansar o espectador, pode ser considerado uma longa lição de História do Brasil, desde Getúlio Vargas ao presidente Geisel. Diversas personalidades brasileiras fazem seu comentário acerca dos acontecimentos políticos. No final, o tempo é avançado em 30 anos, para mostrar o uruguaio Mario Neira Barreiro, assaltante de banco que se encontra preso em Charqueadas. O depoimento dele, que diz ter pertencido à antiguerrilha em seu país, aponta para a execução de João Goulart. A intenção dele é fazer que sua prisão ganhe uma conotação política, seu nome adquira fama e venda o livro. Segundo ele, João Goulart foi envenenado com comprimidos, numa tática bem diferente dos demais líderes sul-americanos presos e mortos sumariamente pela Operação Condor. O documentário se encerra com o conhecido pensamento que existe três lados numa controvérsia: o meu, o teu e o certo. Ou, mudando o enfoque: o do establishment (João Goulart morreu de um ataque cardíaco), o lado defendido pela família e pelos direitos humanos (da execução) e o que realmente ocorreu. A História, com "H" maiúsculo, imparcial, verdadeira, não interessa a ninguém. A tese da execução é mais atraente, embora abra uma outra ferida incicatrizável no organismo da nação. A partir da fala de Dona Maria Thereza Fontella Goulart, viúva do ex-presidente, ainda prefiro a versão oficial a pensar que houve a morte por envenenamento. Maria Thereza diz com certa vaguidade que o marido era um tanto displicente com os medicamentos, às vezes tomava, às vezes não. Infere-se que ela não se ocupava inteiramente com o coração de João Goulart (já enfartado uma vez). Em seu testemunho, o capataz da fazenda em que moravam diz que o patrão tomou um comprimido e morreu pouco tempo depois (meia hora, uma hora, não me recordo bem, uma vez que fui ao banheiro). O que mais gostei do documentário, para encerrar, foi a seguinte afirmativa de um político: o que matou Jango foi a política externa dos Estados Unidos, sabidamente desastrada. A figura de retórica (metonímica ou pleonástica) é mais verdadeira em se tratando de Salvador Allende, presidente chileno, bombardeado no Palácio de La Moneda.

3 comentários:

Unknown disse...

estou aguardando resposta email
elenicesagrilo@hotmail.com

Diego Neves disse...

Até seria interessante. O problema é que temos a prova do ENADE, a qual não podemos faltar, ou perdemos nossa matrícula no curso. Até por isso o sábado seria melhor pra nós.
Se não der, sem problemas. Fica pra próxima.

Um abraço!

Anônimo disse...

Milico é milico.