quarta-feira, 29 de outubro de 2008

atirador


minha lucidez
é preciso
tiro de fuzil
(entra fundo
na carne do discurso)

minha lucidez
é incômoda
réstia de sol
(ofusca
pela claridade)

[...]

tenho cunhetes
de fogo
atilhos de luz
e comandamento

quem
há de?

oo

(Esse poema também escrevi hoje. O título não tem relação com o quadro O poeta do maior gênio da Pintura do século XX, Pablo Picasso. Pela primeira vez, lancei mão de um recurso gramatical, os colchetes, para mudar o enfoque sem a numeração I, II. Outra coisa: as metáforas.)

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