quinta-feira, 2 de outubro de 2008

PENSADORES DO NOSSO TEMPO

JAMES LOVELOCK
A Terra é um ser vivo. Contrariamente à idéia concebida há séculos, são os seres vivos que produzem a atmosfera e não o inverso. Não é o meio ambiente que teria possibilitado a aparição e o desenvolvimento da vida; são os seres vivos que secretam os gases que lhes permitem perpetuar-se. A biosfera tem a capacidade de controlar seu meio ambiente natural, químico e físico. Para conhecer melhor Lovelock: As eras de Gaia.
oo
CARL SAGAN


O Big Bang é uma evidência. Não é uma teoria, entre outras, sobre a criação do Universo; constitui a única teoria, antes só existiam hipóteses metafísicas. Muito provavelmente, estima Sagan, o Universo tem uma história de alternâncias entre expansões e contrações, uma história cíclica. Há duas provas: 1) o Universo se expande, as estrelas afastam-se umas das outras, o que infere um ponto de partida comum entre elas; 2) o físico Arno Penzias registrou, em 1962, ondas radiantes nascidas do "ruído" do Big Bang. Para conhecer Sagan: Cosmos e O mundo assombrado pelos demônios.
oo
STEPHEN JAY GOULD

A evolução é uma ciência exata, não uma teoria. Darwin, afirma Gould, é o único dos grandes cientistas do século XIX que não foi varrido pelos progressos científicos do século XX. Cada espécie nova é selecionada unicamente por sua capacidade de adaptação, e de maneira alguma porque é "boa" ou "superior". A evolução darwiniana não tem finalidade moral. A idéia do homem no topo da cadeia evolutiva é absurda, não tem nada a ver com os mecanismos do mundo natural. Para conhecer Gould: O polegar do panda e O sorriso do flamingo.

oo

DESMOND MORRIS

O "homo sapiens" continua sendo um animal. Na sua vida social, na sua vida sexual, nos seus hábitos alimentares, nas suas crenças religiosas, o homem ainda segue as regras estabelecidas há milênios pelos macacos caçadores, dos quais é uma variedade singularmente vitoriosa na sua luta pela sobrevivência. Trata-se de um animal com enormes qualidades vocais, agudo sentido de exploração e grande tendência a procriar. Ele orgulha-se de possuir o maior cérebro dentre os primatas, mas tenta esconder que tem igualmente o maior pênis. Para conhecer Morris: O macaco nu.

ALDOUS HUXLEY

A guerra é um fenômeno puramente humano. Os animais inferiores lutam em duelo no auge da excitação sexual, matam para comer e, ocasionalmente, por outro motivo. Alguns insetos gregários saem em formação, para atacar membros de outras espécies. O homem é o único que organiza o massacre de seus semelhantes. A guerra atua como negação evolutiva, eliminando os jovens e fortes, poupando os fracos e enfermos. Todos os caminhos em busca de uma sociedade melhor são bloqueados, mais cedo ou mais tarde, pela guerra, ameaças de guerra, preparativos para a guerra. Para conhecer Huxley: O despertar do mundo novo e A situação humana.
O
O
ISAIAH BERLIN

As idéias falsas governam a História. As ideologias transformam os homens em vítimas ou em escravos para o bem das gerações futuras. Embora falsas, elas não obedecem a nenhuma necessidade histórica, só exprimem as preocupações de determinados indivíduos. Marx e Disraeli, nesse sentido, são exemplares. Ambos são judeus, mas se recusam a sê-lo; inventam para si famílias, raízes de substituição. Para Marx, será o Proletariado; para Disraeli, a Aristocracia. As ideologias fazem o papel da reflexão para as massas sem cultura. Todo sistema é uma prisão, inclusive o liberalismo. Para conhecer Isaiah Berlin: Limites da utopia.o

J. KRISHNAMURTI

Que é religião? Em regra, consideramos como religião uma série de doutrinas, tradições, o que diz o Upanishads, o Gita, a Bíblia. O que chamamos religião é a oração, ritual, dogma, desejo de encontrar Deus, aceitação da autoridade e de um vasto número de superstições, não é exato? Embora professem o amor, a fraternidade etc., toda religião está de fato separando o homem do homem. Vós sois sikhi e eu hinduísta, sois muçulmanos e eu cristão, aquele católico e aquele outro protestante. O verdadeiro espírito religioso advém da completa libertação de todas as religiões. Para conhecer Krishnamurti: A mutação interior, A educação e o significado da vida, Liberte-se do passado...

oo

THOMAS SZASZ

Os criminosos são mais inteligentes que nós. Eles não são mais executados, são tratados. Por que se procura a doença mental por trás de cada crime? Seria por humanidade? Exatamente o contrário! - responde Szasz. Se reconhecemos que um homem é capaz de cometer um crime hediondo, calculado, depravado, é que a natureza humana pode perfeitamente ser má. Ora, tudo o que desejamos é que a natureza humana seja boa. Não queremos admitir que o livre-arbítrio possa conduzir ao crime. Logo, o crime não deve ser o resultado do livre-arbítrio, mas da doença mental. Até o século XVIII, o mal era interpretado como uma possessão do Diabo. Hoje o mal é necessariamente o signo de uma desordem genética e química. Na realidade, a maioria dos criminosos é normal, e mesmo bastante inteligente para executar crimes extremamente complexos. Para conhecer Szasz: O mito da doença mental.

Nenhum comentário: