sexta-feira, 24 de junho de 2011

DENILSON CORTES

Do Expresso Ilustrado desta sexta-feira, destaco a coluna do Denilson Cortes. Brilhante seu contraponto. A discussão sobre as sacolinhas plásticas como agente poluidor é uma forma de tangenciar os grandes problemas ambientais. Na hipótese da população santiaguense, orientada pelos ecologistas de plantão, deixar de fazer uso das sacolas, não mais as utilizando para trazer suas compras do supermercado e para acondicionar o lixo diário, pergunto qual o efeito disso. O colunista apresentou um número: 200 gramas para cada 100 quilos de lixo produzido. A medida considerada é tão somente o peso, não o efeito poluidor. Neste aspecto, dificilmente outro material empregado para substituir o plástico será mais leve. Claro que a vantagem está em sua mais rápida desintegração (do papel, por exemplo). Como todo o lixo da cidade ficaria embalado na rua, à espera da coleta? Em sacos de papel? As perguntas do Denilson são nesse tom, para melhor. Questionamentos que nenhum ambientalista é capaz de responder satisfatoriamente. De responder sem demagogia, com coerência, uma vez que ele próprio polui também. Assim são nossos ecologistas. Um dos grandes problemas ambientais foi declinado pelo meu colega de página. Referiu-se à água desperdiçada, de potável a podre. Desafio o colunista a escrever sobre a poluição do ar, outra substância necessária à vida no planeta (vida não apenas sob o ângulo especista do homem). Várias postagens deste blog, que se caracteriza essencialmente pelo contraponto, seguem a mesma linha da coluna do Denilson, a qual transcrevo abaixo:
Serão as sacolinhas...
Não queria entrar na discussão sobre as tais sacolinhas de mercado, apontadas como as vilãs da poluição. Mas, de tanto ouvir barbaridades, terei que emitir opinião. Para se ter uma ideia, elas representam apenas 0,2% de todo o lixo. Transformando em números, isso dá dois quilos de cada mil de resíduos que lotam os lixões. Ou ainda, 200 gramas em 100 quilos. Sou a favor do uso indiscriminado delas como atualmente? Não, mas também não vejo motivo para o pânico que estão criando. Elas demoram mais para decompor? Sim, e esse é o maior problema. Mas alguém se preocupa em quantos litros de chorume (líquido preto que sai das decomposições) esses mil quilos de lixo irão se transformar. E onde essa calda preta vai parar? Eu explico: nas nossas nascentes e lençol freático. Mas isso ninguém enxerga. Afinal, a sacolinha é culpada.
... as únicas vilãs?
Entendam de uma vez: o maior problema ambiental (do Brasil) tem dois nomes: saneamento básico. A falta desse, sim, mereceria fazer com que todos nós perdêssemos o sono. Para se ter uma ideia, uma pessoa gasta, em média, 100 litros de água diariamente (higiene, lavar louças, roupas etc.). Destes, apenas 4 é para consumo (beber e preparo de alimentos). No entanto, os 100 (sic) acabam indo para o mesmo lugar: esgoto. E sabem como volta para a natureza? Sem tratamento, jogado na rede de coleta de chuva (que chamamos erradamente de rede de esgoto). Na nossa região, todo o esgoto doméstico é jogado nos córregos e sangas. Mas isso não parece problema. Já as sacolinhas...
Futuramente, a CORSAN irá tratar todo o esgoto produzido na zona urbana de Santiago. Há um contrato nesse sentido. 

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