terça-feira, 6 de agosto de 2019

A RAZÃO: AQUÉM DE TODO DOMÍNIO


          A Revolução Francesa, ainda pensam os últimos idealistas, representou a primeira e grande oportunidade para instituir o reino da razão. O feito chancelaria uma nova idade histórica para o mundo ocidental, em que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade tornar-se-iam realidade finalmente.
         Ressentimento, ódio e vingança foram sentimentos e atos que dominava o indivíduo envolvido na Revolução, cuja razão era incapaz de qualquer controle sobre ele. Em meio ao furor revolucionário, qualquer expressão de racionalidade (independentemente de sua amplitude) corria o risco de sofrer o corte inventado pelo doutor Guillotin.
         Confúcio ensinava que o homem, para pôr em ordem sua sociedade, deve pôr em ordem a si mesmo primeiramente. Esse sábio viveu há mais de dois milênios. Todas as revoluções, ao contrário, intentam uma transformação social de grande alcance sem mudar o indivíduo.
       Uma das poucas cabeças dominadas pela razão na França era sustentada por Antoine Lavoisier na época da Revolução. Por sua influência, a Academia de Ciência rejeitara um aparelho que detectava a emissão de ondas de calor, invenção apresentada por um médico nascido na Prússia. Seu nome era Jean-Paul Marat.
Marat jamais esqueceria essa recusa e, quando elevado pelo povo à condição de líder (ao lado de Danton e Robespierre), prendeu e decapitou Lavoisier.

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