O fogo foi descoberto por uma espécie
anterior ao homo sapiens.
Provavelmente, a nossa espécie foi obrigada a fazer a mesma descoberta em algum
momento de sua evolução, para a própria sobrevivência. Numa ordem apenas imaginada
para as funções múltiplas desse elemento natural, a de iluminar o ambiente se
coloca em primeiro grau de importância.
Ontem,
ao visitar o museu da Colônia Witmarsum, no município de Palmeira (PR), chamou-me
a atenção os tipos de lamparinas, lampiões e lanternas reunidos sobre um mesmo
móvel. Os modelos vários aumentavam em simpleza e rusticidade assim que
recuavam no tempo, talvez um século, um milênio talvez. Todos foram de uso
cotidiano em épocas pretéritas, desde muito antes da eletricidade.
A
coleção me fez lembrar o candeeiro que fazíamos no Rincão dos Machado, cuja
simplicidade era tanta que já caiu no esquecimento de seus usuários idosos. A
luminária consistia numa mecha de pano retorcido, geralmente o resto de lençol
de algodão, uma vasilha de lata ou alouçada (um prato inservível) e banha como
combustível. Seu uso ocorria nas horas de escassez extrema, quando o querosene
era produto de luxo.
A
Colônia Witmarsum, todavia, não conheceu o candeeiro rústico do rincão, ou seus
moradores antigos não acharam conveniente transformá-lo em peça de museu.
O
advento da eletricidade decretou o fim de todas as luminárias, que diminuíam a
escuridão de noites remotas em círculos concêntricos cada vez mais amplos – à
medida que um modelo melhor era desenvolvido para conter e controlar o fogo.
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