O
professor de Introdução à Filosofia pede-nos uma relação de todos os
livros, que julgamos importantes para compor uma biblioteca ideal.
Na
hora seguinte, cada um de nós lê o título e autor dos livros escolhidos.
Ao
ouvir meus colegas, percebo que (em sua maioria) possuem um universo de leitura
bastante reduzido. Alguns livros são citados por simples lembrança de citações
já feitas na sala por outros professores.
Em
minha turma, 15 colegas são frades franciscanos, carmelitas ou postulantes
conventuais. Alguns deles relacionaram O Anticristo, de Friedrich Nietzsche. A Bíblia não foi lembrada por eles.
O
livro de Nietzsche, como é do conhecimento de quem leu Nietzsche, consiste nas
mais contundentes marteladas dadas pelo filósofo ao Cristianismo.
Malgrado
meu neoateísmo, incluí como leitura importante o Eclesiastes, por ser um libelo
contra a vaidade.
O
professor não percebeu a contradição, ou a ignorou – como atitude mais sábia.
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