Buenos
Aires é uma obra extraordinária do artifício humano, construída entre as águas
do Rio da Prata e as planuras naturais do continente sul-americano.
Para realizá-la,
seus autores se esmeraram no desenho e na execução do projeto urbanístico. A
arquitetura trazida da Europa modelou a grandeza e a excentricidade da
aristocracia que governava a Argentina.
A
essas duas características, associava-se a permanência no espaço-tempo, herdada
dos clássicos pela modernidade (que Zigmunt Bauman chamaria de “sólida”).
A
obra continua em pé, despertando a atenção do turista, que vem de todos os lugares
do planeta. O século XXI, todavia, coloca-a frente a um desafio ameaçador, qual
seja, resistir à “liquefação” pós-moderna.
O
fenômeno transformador já chegou por intermédio da urbanização caótica (Puerto
Madero de um lado, a favela de outro); das culturas novas, globalizadas; dos governos
populistas, igualitários...
Nada
é para sempre, inclusive as Pirâmides (e os mausoléus do cemitério da
Recoleta).
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