quarta-feira, 29 de abril de 2015

BRASIL ENROLADO

O Brasil não é um país sério, disse alguém, que não foi De Gaulle. O Brasil, digo eu, também gosta de enrolar (numa tendência análoga ao "levar vantagem em tudo").
Dois exemplos: 
I - O laudo do acidente de trânsito que vitimou seis pessoas, fundamentado apenas nos sinais de pneus no asfalto e não no tacômetro, demorou exatamente um ano para ficar pronto. Sem a leitura do tacômetro, não se sabe qual a velocidade do ônibus (cujo motorista estaria errado se estivesse acima da velocidade máxima permitida).
Dois dias depois da queda do avião da Germanwings, que ocorreu em 24 de março de 2015, a promotoria francesa foi taxativa: o copiloto derrubou o avião deliberadamente. Antes que os laudos confirmassem o crime.
II - No Brasil, certamente, funcionaria o estratagema de dizer que o traficante Fulano de Tal é esquizofrênico para escapar de uma condenação mais severa. Na Indonésia, não.
Nossa própria Carta Magna viabiliza essa enrolação.

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