Neste recanto do
Hemisfério Sul, o mês de setembro constituiu um momento especial,
em razão de manifestações naturais e humanas.
A Natureza se renova
ciclicamente com a chegada da Primavera, acontecimento que, por si só,
mereceria uma grande festa. O artifício, todavia, pretere essa
oportunidade em favor de datas históricas: a da independência do
Brasil e da revolução farroupilha. Neste aspecto, o sentimento de
nacionalidade é incomparavelmente mais importante que a vida a se
renovar numa profusão de brotos e flores.
A despeito da cultura ser a principal ferramenta na evolução autoconduzida pelo homem, com a produção
de valores inegáveis, ela se presta para alimentar o poder no
espírito de seu agente e beneficiário. Esse poder, sempre
acompanhado de arrogância, vaidade e egoísmo, rompe com a natureza.
Quanto mais complexas as sociedades, maior o efeito da ruptura,
chegando à destruição do meio ambiente.
A independência econômica
de todas as nações é mantida graças à vultosa exploração dos
recursos naturais. Esse é o ônus obrigatório pelo bônus da
independência político-administrativa. Quando os recursos não são
suficientes, depende-se de outros países (credores).
O Haiti se
orgulha de ser o primeiro país latino-americano a proclamar sua
independência e é a sociedade mais pobre deste continente. Muito
próximo dele, Porto Rico abriu mão de sua independência e é uma
economia muito dinâmica do Caribe.
Uma das maiores festas no Brasil
comemora sua independência de Portugal. Para mantê-la, seguimos o
exemplo dos países exploradores.
No Rio Grande do Sul, comemoramos a
independência que ocorreu e a que não ocorreu. Até o dia 20 de
setembro, esquecemo-nos do grande advento da Primavera. Depois
atribuímos um dia à árvore e ao seu algoz (o fazendeiro).
Nenhum comentário:
Postar um comentário