Transcrevo abaixo o publicado na última edição do Expresso Ilustrado, produzido por Oraides Floriano Maciel para a coluna DO LEITOR:
"Sou filha de um ex-funcionário do Daer, o qual tinha muito orgulho de levantar cedo e, acompanhado de seus colegas, ir plantar as tais árvores na BR 287. Ele dizia, com orgulho, que o trajeto de Santiago a Jaguari ficaria lindo. Onde meu pai estiver, deve estar triste (como eu estou), de quererem destruir o que eles plantaram com amor. Que culpa as árvores têm se uma pessoa apressada entra no carro, pisa no acelerador e não mede as consequências?
"Dia desses, viajei com meu marido e não íamos mais do que 90 km, apreciando a paisagem. Enquanto que os apressados buzinavam, xingavam para sairmos da frente. Presenciei várias ultrapassagens perigosíssimas nas curvas. Agora, digam, quem é o culpado? Se cortar as árvores vão culpar o que pelos acidentes: os buracos ou os penhascos? Não seria melhor que os motoristas se tornassem conscientes?".
Este blogueiro poderia encerrar a postagem com o chavão mais eloquente do discurso: sem comentário. Mas uma das perguntas feitas por Oraides me provoca: "Não seria melhor que os motoristas se tornassem conscientes?".
Ano passado falei num seminário de trânsito da URI, no qual tentei responder essa pergunta. A volúpia da velocidade, a raiva (são duas coisas citadas acima) e tantas outras paixões têm origem naquilo que Freud denominou em 1915 de "pulsões do Eu". A consciência é algo muito frágil, recente, incompleto. O que me leva a escrever, por exemplo, no fundo, é estímulo pulsional. No motorista que corre, idem.
Há uma placa de velocidade máxima permitida, o indivíduo a vê, é consciente do que ela significa, sabe tratar-se de uma lei que necessita obedecer (moral), sabe que se deslocando à velocidade determinada estará seguro (ética), assim mesmo ultrapassa a velocidade máxima permitida. Por quê?
4 comentários:
Parabéns pela manifestação muito bem colocadas diante da realidade dos fatos, concordo pelnamente.
Dilnei Martins
Parabéns pela manifestação, sabias palavras árvores não matam.
Dilnei Martins
Parabéns pelas colocações diante do assunto.
Se tivese na epoca a ideia de plantar bananeiras....hj teriamos frutas e amortecedores naturais, e nao arvores exoticas que nao combinam com o nosso ecossistema.
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