sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ABUSO SEXUAL


"O abuso sexual de menores é um absurdo - um crime já vil o suficiente em casos comuns de pedófilos, e pior ainda quando professores, chefes escoteiros, babás ou pais abusam da confiança a eles delegada e molestam crianças sob sua tutela. Mas pior ainda é o caso dos padres que atacam suas vítimas em confessionários e retiros usando o poder espiritual neles investido (muitas vezes absolvendo a criança após terem saciado seus desejos). As vítimas descrevem esses ataques como eventos que literalmente destruíram suas alma - prejudicando a capacidade que tinham  de ter fé, assim como seu equilíbrio mental para a vida no futuro. Certas provas sugerem que as vítimas de abuso clerical demoram mais tempo para se recuperar e são mais propensas até mesmo a jamais se recuperar em relação a outras pessoas sujeitas a abusos quando crianças, e os danos são agravados quando elas são forçadas pela Igreja a fazer um juramento de 'segredo pontifical', mesmo sabendo que seu agressor foi perdoado e está livre para atacar de novo. É por isso que as respostas do Vaticano aos escândalos na mídia pelo Boston Globe, em 2022, têm sido lamentáveis, primeiro tentando fingir que esse é um problema unicamente 'americano', depois alegando que a incidência desses crimes na Igreja não é maior do que em outras organizações, e por fim culpando a 'cultura gay' ou a malícia da mídia, sem nunca - até hoje - ter enfrentado o fato central de que a Igreja, por muitos anos sob o comando do cardeal Ratzinger na CDF (Congregação para a Doutrina da Fé), vem assumindo o papel da própria lei, oferecendo um sistema paralelo de procedimentos secretos sob o qual padres transgressores são perdoados, suas vítimas são silenciadas e a devida execução das leis nacionais é impedida."
(Fragmento nº 3, do livro O papa é culpado?, de Geoffrey Robertson.)

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