sábado, 29 de setembro de 2012

ATÉ QUE ENFIM!

A escolha do  tatu-bola para mascote da Copa do Mundo de Futebol foi horrível. Os três nomes submetidos à escolha (Fuleco, Zuzeco ou Amijubi) são horríveis. Já havia pensado num contraponto, não o fazendo por achar o assunto muito aquém das minhas postagens. A solidão causada pelo contraponto não é problema para mim, já me adaptei a esse estado.  
Leio no caderno Cultura do Zero Hora de hoje um excelente artigo do psicanalista Mário Corso, que me faz exclamar "até que enfim!". Não estou mais sozinho. 
O título pergunta: "Tatu-bola ou jequice-tatu?".
"Imagine que você seja um publicitário e precisa criar uma marca. Seu cliente dispõe de um cardápio rico, mas escolhe como símbolo algo que entre o dia e a noite, prefere a noite; entre o céu e a terra, escolhe o subsolo; entre as cores vivas, opta por um monocromático pastel; em vez de um barulho vivaz, escolhe o silêncio." 
Para o articulista, "Os argumentos pela escolha são frágeis. O tatu é um animal em extinção, é verdade, mas ele e quantos mais? Ele representa o cerrado e a caatinga, OK, mas essas regiões não espelham o Brasil no imaginário mundial. Para fora, nosso país é selva e mar". "
O tatu-bola não está na relação de animais impressos nas cédulas do nosso dinheiro. "A tentação para um psicanalista é interpretar esse tatu como um ato falho."
"É a segunda bola fora no quesito imagem e propaganda. O símbolo da Copa, aquelas mãos em verde e amarelo tampouco está à altura do que podemos fazer."
Concordo com todos os enunciados do articulista. Arrisco ir um pouco mais longo: a eleição do tatu-bola, mais que o possível trocadilho, baseou-se na ideia de exportar uma imagem ecológica que o Brasil não tem. 
Mais importante que reverenciar um animal em extinção é compreender as causas dessa extinção, cujo sujeito é o próprio reverenciador. 

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