A apresentadora do Jornal Nacional Patrícia Poeta, obediente ao editor da notícia, trata James Holmes como "suspeito" de ter assassinado doze pessoas num cinema em Aurora, Colorado.
Isso me serviu de gancho para expressar uma opinião sobre essa tendência do legalmente correto. Não me incluo entre aqueles que a seguem contraditoriamente (uma vez que tendência oposta clama mais fortemente por justiça).
O indivíduo só deixa de ser "suspeito" depois de julgado por um tribunal. Antes desse rito moderno, ninguém o poderá chamar de criminoso. Associo essa descriminação ao estado que Nietzsche apontou como excesso de sensibilidade, que caracterizaria nossa civilização em sua decadência.
Holmes não é suspeito, mas o criminoso.
O que dizer de Wellington Menezes de Oliveira, o autor dos disparos que mataram 12 estudantes numa escola carioca? "Suspeito" ou criminoso? Não fora julgado ainda, quando o policial atirou contra ele. Errou o policial? Se não atirasse, passaria por uma testemunha como todas as outras, incapazes de mais fazer que que apontar um "suspeito".
No caso de Holmes, quantas testemunhas atirariam nele se estivessem armadas? O assassino escapou ileso. Então ele não é o criminoso, mas "suspeito".
Um comentário:
Otimo
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