sexta-feira, 27 de julho de 2012

BOM ROMANCE

Todo bom romance, independentemente de suas qualidades literárias, constitui um manancial de saberes, de temas transversais que prende o leitor. Sua leitura exige um lápis para sublinhar, circular, anotar nas margens em branco. 
Leiam o que destaquei na fala de alguns personagens de Partículas elementares, de Michel Houellebecq:
"Esses hippies babacas continuam achando que a religião é um procedimento individual baseado na meditação, na busca espiritual... São incapazes de perceber que se trata, ao contrário, de uma atividade puramente social, baseadas em ritos, regras e cerimônias";
"Na realidade, o homem sempre esteve aterrorizado pela morte, nunca pôde considerar, sem terror, a perspectiva do próprio desaparecimento, nem mesmo do próprio declínio. De todos os bens terrestres, a juventude física é, sem dúvida, o mais precioso"; 
"O que determina o valor de uma religião é a qualidade moral que permite fundar";
"Mas acabei por pensar que as religiões são, antes de tudo, tentativas de explicação do mundo; e nenhuma tentativa de explicação do mundo pode resistir ao confronto com a nossa necessidade de certeza racional. A prova matemática e o método experimental são aquisições definitivas da consciência humana. Sei bem que os fatos parecem contradizer-me; sei bem que o islamismo - de longe a mais estúpida, a mais falsa e mais obscurantista de todas as religiões - parece atualmente ganhar terreno; mas isso não passa de um fenômeno superficial e transitório: a longo prazo, o islamismo está condenado, ainda mais, com certeza, do que o cristianismo".

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