A VEJA desta semana traz uma reportagem desmitificadora sobre o deputado e escritor Gabriel Chalita. Lê-se no lead: "O que está claro: ele é vaidoso, rico e escreve livros com a mesma velocidade com que muda de partido". A priori, digo que são livros ruins.
A revista toca num assunto que há muito está na minha pauta: a falsa citação de autores clássicos, entre os quais Shakespeare e Fernando Pessoa são campeões. Às vezes, por ignorância. Às vezes, por pedantismo.
Um dos livros de Chalita, Cartas entre amigos, escrito com Fábio de Melo (o padre gatinho) copia citações erradas da Internet (âmbito hipertextual que tenho chamado de "nova babel").
Citações falsas de Chalita:
A Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares"
A Leon Trotsky: "A vida é bela e digna de ser vivida"
A Machado de Assis: "Abençoados os que possuem amigos, os que têm sem pedir. Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende"
A Cora Coralina: "Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós"
.
Outro detalhe desmitificador: Chalita diz ter vendido 10 milhões de livros. Segundo as planilhas da rede de livrarias Saraiva, o número não passa de 70 mil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário