Aconselho aos brasileiros que não levem a sério os bate-bocas no Senado Federal. A democracia não exclui essas manifestações, inclusive outras mais agressivas. Seguidamente, temos visto os caras que legislam se pegarem no tapa pelo mundo afora. Esses políticos não são pessoas mais civilizadas que a gente, pessoas que elegemos para nos representar como Estado. Com frequência e guardada as proporções, nosso comportamento aqui embaixo não é muito diferente.
Aldous Huxley, em O gênio e a deusa, coloca na boca de um personagem a seguinte fala: "- O mal da ficção - disse John Rivers - é que ela faz sentido demais. A realidade nunca faz sentido". Nietzsche reconhecia em seu primeiro livro que o mundo só encontra justificativa como fenômeno estético. Juntando esses argumentos, digo que a realidade, por seus absurdos, começa a não fazer mais sentido, principalmente na política (âmbito de nossa existência que merece as mais sérias reflexões desde Aristóteles). Então, tomemos a absurdidade como uma peça tragicômica que se perpetua no palco da vida. Por esse viés, o diálogo entre os senadores ocorrido ontem não deixa de ter certa grandeza risível. Renan Calheiros e Tasso Jereissati não pareciam dois personagens? O "Não aponte seu dedo sujo para mim" é uma "joia", daquelas antigas que retomam o valor depois de certo tempo. Vocês notaram a carinha do Sarney? Quase uma máscara, ou persona.
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