Mais do que Sócrates, fundamentado na frase escrita na entrada do templo de Delfos, foi Krishnamurti quem me fez trilhar o caminho do autoconhecimento. Paradoxalmente, o objeto mais próximo do sujeito que conhece é o mais difícil de ser compreendido, porque não há distanciamento entre os dois. Eu sou sujeito e objeto ao mesmo tempo. O livre-pensador indiano ensinava que o melhor momento para perceber o Eu (pelo próprio) é quando esse centro em mim fica exaltado com uma emoção qualquer. A raiva por exemplo. Tal (auto)percebimento exige quase um outro, uma distância minimamente necessária para observação, a qual deve ser feita de uma forma livre de ideias pré-concebidas, pré-julgamento, má consciência ou coisa que o valha. Só assim posso me autoconhecer e, o que é mais importante, provocar uma mutação interior.
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Na postagem sobre a hipocrisia, recebi o seguinte comentário do Reiffer:
Um ótimo e verdadeiro texto. Todos somos hipócritas, sem exceção, uns mais, outro menos. A diferença é que uns tem consciência disso, outros, não. O pior hipócrita é aquele que não sabe que é, ou finge que não sabe, e fica posando de bom moço, querendo encobrir seus defeitos, fraquezas ou perversidades com uma máscara de grande homem. O primeiro passo para ser um grande homem, é se reconhecer um hipócrita, e assim tentar deixar de o ser, até onde isso é possível. Nem sempre é possível deixar de ser hipócritas em algumas coisas, pois em alguns casos, para tanto, teríamos que viver isolados de todo mundo e fazer somente a nossa vontade e nunca a dos outros. Deixar de ser hipócrita totalmente, exige também uma boa dose de egoísmo.
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