A deseducação é um fenômeno novo em nossa sociedade, não fazendo diferença entre as parcelas menos educadas e as (supostamente) mais educadas. Noutras palavras, a população adulta, em que fora depositada a esperança de um futuro melhor para o país, demonstra o fracasso dessa perspectiva ao deseducar suas crianças e adolescentes. Os lares sempre foram condicionadores do mais racionalizado egoísmo, desenvolvendo, paralelamente, outros caracteres psicossociais, como o narcisismo e a agressividade. A escola, mais do que revelar a deseducação que o indivíduo traz de casa, acrescenta-lhe o desencanto e a ojeriza pelos estudos regulares. A instituição escolar não consegue competir com a rua, com a vida extramuro. Aqui, acaba prevalecendo o que foi deseducado na família e na escola. A realidade nega o que é, tautologicamente, discursado como educação. O fenômeno da deseducação evidencia sua consequência imediata: a violência. No âmbito da família, a agressão é velada em relação aos pais e declarada em relação aos filhos (diferente da deseducação vertical que preponderou até o século passado). No âmbito escolar, o comportamento agressivo é conhecido por bullying - levado a efeito por alunos e professores indistintamente. No âmbito da sociedade, a agressividade se manifesta amiúde, sem uma coordenada dominante. Cada indivíduo é "rio que tudo arrasta" e é margem que comprime outros rios. A corrupção também prova a deseducação generalizada que começou com a Lei de Gérson e hoje movimenta bilhões de reais. Dinheiro suficiente para comprar pessoas que se supunham incorruptíveis. Todavia, há professor que ainda acredita na educação. Trágico, à semelhança de Sísifo, continua a rolar para cima sua pedra.
terça-feira, 31 de março de 2009
GARCÍA MÁRQUEZ

O escritor Gabriel García Marquez durante feira literária em Guadalajara, México, em 2007
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García Márquez não voltará a escrever, diz agente literária
A agente literária Carmen Balcells, uma das mais atuantes no meio literário de língua espanhola, previu o silêncio definitivo do escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982. "Acho que García Márquez não voltará a escrever nunca mais", disse Balcells em entrevista ao jornal chileno "La Tercera", na qual assegurou que o escritor representava 36,2 % do faturamento de sua agência literária.
O escritor Gerald Martin, autor da única biografia autorizada de García Márquez, concordou com Balcells. "Eu também acho que (García Márquez) não escreverá mais livros, mas isso não me parece lamentável. Como escritor, foi seu destino ter uma trajetória literária totalmente coerente", declarou Martin.
No mês passado, durante a Feira do Livro de Guadalajara, no México, o autor de "Cem Anos de Solidão" chegou a declarar que "escrever livros dá trabalho". Segundo Martin, García Márquez tem alguns livros completos guardados, mas ainda não decidiu se vai ou não publicá-los.
(Publicado no UOL, 31 de março de 2009)
segunda-feira, 30 de março de 2009
RECUERDO POÉTICO
A postagem abaixo me fez retornar no tempo, para o final da década de setenta mais precisamente. Depois das aulas noturnas no Cristóvão Pereira, dirigia-me ao bar/restaurante da Venâncio Aires, onde hoje há uma loja de produtos para festa, em frente à casa do seu Arno Gieseler. Nunca fui boêmio ou noctívago, faltava-me dinheiro para tal. Também não tinha vocação para vagabundo. Seria a verve artista, a me levar àquele bar de uma rua que ninguém sonhava um dia homenagear os poetas? Ali conheci um bêbado que me recitou Duas Almas, de Alceu Wamosy. Seu nome era Luisinho, inteligente e bondoso (uma vez que me ditou o soneto do simbolista gaúcho com todas as sílabas). Desde lá, venho recitando Duas Almas com esta emoção que me faz poeta.
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DUAS ALMAS
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra e, sob este teto, encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra e, sob este teto, encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
domingo, 29 de março de 2009
CAFÉ DO POETA

Café do Poeta será a mais nova opção gastronômica em Santiago, especialmente para aqueles que se deliciam com a bebida escura e aromática. O empreendimento é de um jovem porto-alegrense, psicólogo, recém-chegado à nossa cidade. O local não poderia ser outro: Rua dos Poetas. In down town, ao lado das mais belas lojas de roupa, dos principais restaurantes (Mário e A Gaúcha), da única livraria e de outros estabelecimentos comerciais, o Café do Poeta constituir-se-á num ponto de encontro ao final da tarde e início da noite, onde as pessoas poderão falar, ler e ouvir poesia, enquanto saboreiam a deliciosa infusão.
quarta-feira, 25 de março de 2009
NOVA ANTOLOGIA
A Academia Santa-Mariense de Letras organiza mais uma antologia de seus membros, a qual será lançada na próxima feira do livro de Santa Maria. Ontem recebi um e-mail de Lígia Militz da Costa, atual presidente da ASL, pedindo-me que enviasse os poemas com urgência.
Já o fiz com uma alegria renovada. Como é bom manter essa conexão com uma entidade cultural mais abrangente, regionalizada, fora de Santiago (longe de drogados e pulhas que se consideram em nível superior, ainda não alcançado por mim).
Hoje recebi o retorno da professora Lígia (doutora em Teoria da Literatura):
Salve, Froilam!
Recebi com satisfação teu e-mail e já encaminhei teus lindos textos para a Comissão de Poesia. No correr dos dias, conversaremos novamente.
Um abraço,
Lígia
Não bastasse a expectativa de publicar meu segundo livro de poemas, Espigas de luz, a antologia da ASL é um estímulo significativo para que eu continue na senda literária, a produzir poeticamente.
terça-feira, 24 de março de 2009
FILINTO CHARÃO
SURGE ET AMBULA
Um mês Dionéia faz que não te vejo,
Que te não ouço e tu de mim tão perto...
Que atroz martírio em tudo que planejo,
Para em ti ver se uma ilusão desperto.
Tento chegar, falar-te, espreito o ensejo;
Tarda, não vens, tudo é vazio e incerto...
Que desconsolo invade o meu desejo:
- Cantar amor a coração deserto...
Mulher, desperta, vem, te faz amada!
Essa beleza, morta e sem fulgores,
Carece de outra luz, outra alvorada.
Expande essa alma em flor, não desagrades
Quem te fará sentir, no peito amores,
No coração, do coração saudades!
.
Um mês Dionéia faz que não te vejo,
Que te não ouço e tu de mim tão perto...
Que atroz martírio em tudo que planejo,
Para em ti ver se uma ilusão desperto.
Tento chegar, falar-te, espreito o ensejo;
Tarda, não vens, tudo é vazio e incerto...
Que desconsolo invade o meu desejo:
- Cantar amor a coração deserto...
Mulher, desperta, vem, te faz amada!
Essa beleza, morta e sem fulgores,
Carece de outra luz, outra alvorada.
Expande essa alma em flor, não desagrades
Quem te fará sentir, no peito amores,
No coração, do coração saudades!
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Esse soneto de Filinto Charão, homenageado na Rua dos Poetas, não foi incluído na antologia organizada pela Erilaine Perez, uma vez que chegou às suas mãos depois de concluído o trabalho. A inclusão de Surge et Ambula, certamente, traria mais incômodo a um poeta de nossa cidade.
A PEDRA SAPATO
domingo, 22 de março de 2009
DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Cedo aprendemos que a matéria se apresenta em três estados: sólido, líquido e gasoso (diferenciados, principalmente, pela quantidade e arranjo das partículas elementares em cada substância). Mais tarde, estudando o Sol, ensinam-nos sobre um quarto estado, o plasma, com os átomos completamente ionizados (sem elétrons). Na Grécia antiga, os estudiosos se debatiam para encontrar a substância fundamental que constitui o universo apreendido pelos sentidos. Não obstante as controvérsias, o consenso apontou para estes quatro princípios básicos: água, terra, ar e fogo. Tales de Mileto, o primeiro filósofo da nossa civilização, considerava a água a origem de todas as coisas. Essas quatro substâncias são, respectivamente, hipônimos dos estados físicos. Sabemos que o Sol é constituído por gases (fotosfera) e plasma (camadas interiores). Ele concentra, aproximadamente, 98% (noventa e oito por cento) de toda a massa existente no sistema. Em volta dessa estrela, encontram-se os pequenos planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. A seguir, vem os gigantes gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Em Júpiter, por exemplo, caberiam mil planetas como a Terra. Depois de expor tudo isso, é inevitável a seguinte indagação: ONDE ESTÁ O LÍQUIDO (A ÁGUA)? O senso comum responderá prontamente: em todos os rios, lagos, mares, oceanos e continentes polares. Os sentidos, principalmente o da visão, sempre consideraram que há mais água do que terra em nosso planeta. Uma ingênua, irresponsável e agora nefasta ilusão! Toda a água existente não passa de uma película sobre os elementos sólidos da Terra.
Pensem no que acabo de escrever neste dia Dia Mundial da Água.
Para cumprir com a promessa de dar evidência à poesia, à bela arte da palavra, tomo a liberdade de transcrever um poema de Alessandro Reiffer. A propósito, sou um admirador desse gênero muito bem produzido pelo poeta santiaguense.
fúnebre
águas de março
seco
águas alvas
brancas
águas claras
de espuma: de ter gente
águas belas?
águas plásticas
chuvas ácidas
gotas trágicas
água da vida?
água da morte
dá medo
dá peste
e morre
a humanidade
e a água:
perdida
acabada.
e o que tu fazes?
fezes,
sem mágica...
e que água que resta?
a Lágrima.
sábado, 21 de março de 2009
CONSTITUIÇÃO
toda pedra
traz dentro
o fogo
que a ordena
todo fogo
a pedra
que o alimenta
pedra
e fogo
trago em mim:
duro
ilumino
.
(Do livro Espigas de luz, que será publicado ainda este ano.)
traz dentro
o fogo
que a ordena
todo fogo
a pedra
que o alimenta
pedra
e fogo
trago em mim:
duro
ilumino
.
(Do livro Espigas de luz, que será publicado ainda este ano.)
ATIRADOR
minha lucidez
é preciso
tiro de fuzil
(entra fundo
na carne
do discurso)
minha lucidez
é incômodo
raio de sol
(ofusca
pela claridade)
[...]
tenho cunhetes
de fogo
atilhos de luz
e comandamento
quem há
de?
.
(Do livro Espigas de luz, que publicarei ainda este ano.)
é preciso
tiro de fuzil
(entra fundo
na carne
do discurso)
minha lucidez
é incômodo
raio de sol
(ofusca
pela claridade)
[...]
tenho cunhetes
de fogo
atilhos de luz
e comandamento
quem há
de?
.
(Do livro Espigas de luz, que publicarei ainda este ano.)
sexta-feira, 20 de março de 2009
SIMPLESMENTE, UM GRILO
Há dois dias, um grilo transita neste apartamento. Mais precisamente, na área de serviço e na cozinha. Sempre gostei de grilos dentro de casa, nunca fiz com eles o que faço com as baratas que encontro de vez em quando. Ainda que elas sejam silenciosas, ao contrário deles (que irrompem com um cri-cri insistente e ubíquo). Esta noite, ao retornar para casa, ouvi o canto do bichinho que se encerrara aqui. À tarde, parecia quase morto. Mas a noite escura (nenhuma luz fica acesa) criou o ambiente propício para que ele entoasse seu canto de uma claridade indescritível.
MUDANÇA
ROLDANAS
quarta-feira, 18 de março de 2009
AGRIDOCE
no amanho
da manhã
colho fruto
bivalve
amargo
numa parte
(se te queixas)
e doce
noutra parte
(se me beijas)
primeiro
a parte amarga
pela tarde
a parte doce
até alta
madrugada
o que me cabe
da manhã
colho fruto
bivalve
amargo
numa parte
(se te queixas)
e doce
noutra parte
(se me beijas)
primeiro
a parte amarga
pela tarde
a parte doce
até alta
madrugada
o que me cabe
domingo, 15 de março de 2009
ADEUS ÀS DIATRIBES
Estou decepcionado com a nossa blogosfera, cujos comentaristas anônimos são alguns dos próprios blogueiros. Sempre fizeram isso, ao extremo de usarem meu nome para comentar zombeteiramente um erro de português de terceiro. Distorcem o que escrevo, tomam essas distorções como verdadeiras. São ridículas as postagens desses maus leitores (condicionados por autores maus). Pseudoinimigos políticos, andam juntos depois, dizendo-se amigos uns dos outros. Após deletá-los do blogroll, limitarei minhas postagens à poesia, à arte. Voltei a jogar xadrez no Internet Xadrez Clube. Não perderei mais tempo com diatribes.
SHOW DE RENATO BORGHETTI

sábado, 14 de março de 2009
AS DUAS ETAPAS DA PRODUÇÃO POÉTICA
"De uma forma esquemática, o processo de produção poética é composto de duas etapas, as quais podem estar nitidamente separadas, podem fundir-se uma na outra ou seguir-se uma à outra em intermitências rápidas ou lentas. [...] A primeira etapa é caracterizada pelo sentimento de se estar tomado por uma forma de 'êxtase'; na segunda, predomina o autocontrole de uma elaboração premeditada e a intenção de dar arremate a um projeto em andamento. [...] De acordo com o testemunho dos poetas, a fase da produção comumente chamada inspiração contém o impulso inicial altamente motivado, e a fase concomitante, ou posterior, a da elaboração, representa a operação, com técnica e cuidado, de uma 'lapidação' do material 'bruto' produzido na fase anterior. À primeira fase aplica-se com maior definição o conceito de estado poético, caracterizado pela consciência intensificada, em que a dicotomia entre experiência subjetiva e a realidade objetiva é superada, abrindo o espaço para a profusão de 'imagens' como reveladoras de novos significados. É um estado do êxtase, qualidade emocional que impõe a superação temporária da distinção entre o sujeito e o objeto. Esse estado, e não a 'imaginação', preside o ato criador; o estado poético não é uma região da consciência, nem uma instância do 'ser', mas uma dada situação configurada, a partir de uma percepção da fantasia, por um conjunto de fatores, entre os quais a linguagem."
(Excerto do livro O fenômeno da produção poética, de Orlando Fonseca.)
CONSTATAÇÃO
sexta-feira, 13 de março de 2009
TÁ NA CARA

Nenhuma pessoa pode dizer de si mesma que é boa, pela suspeição de egolatria (essa tendência natural de puxar a brasa para o próprio assado). Mais ainda: nenhuma pessoa pode parecer que é boa em determinadas circunstâncias, sob pena de cair em contradição, passar por hipócrita ou mal-intencionada. Nenhuma pessoa conhece suficientemente a si para dizer que é boa. Quando se autoconhece, não o diz. Quem pode fazer uma melhor apreciação dela são os outros. Quem são os outros? Todos os que convivem com ela em determinado tempo e lugar: pais, irmãos, filhos, vizinhos, colegas de trabalho, de estudo e de lazer. Os pais, geralmente, excedem pela corujisse, mas os irmãos os corrigem dessa distorção apreciativa, os vizinhos e colegas corrigem as distorções familiares. Quando não há qualquer senão acerca de uma pessoa, quando passa incólume pela prova das relações interpessoais, então, poder-se-á dizer coisas boas dela. A pessoa ruim é, em contrapartida, malfalada pelos colegas, vizinhos e conhecidos; pelos parentes em casos de ruindade inegável. Na maioria das vezes, a infeliz acaba amargando a solidão, que é diferente do estar-só. Solidão é sofrimento indesejado; estar-só é escolha, refúgio para uma melhor contemplação de si mesmo. Uma pessoa boa pode, excepcionalmente, querer estar-só, mas quase ninguém é capaz de perceber esse seu modo de existência (de curta duração, ainda que recorrente). Uma pessoa ruim, contrariamente, não consegue esconder que sofre, o que se evidencia na própria fisionomia ou no discurso maledicente que vomita. Nenhuma delas, todavia, sabe de si que é ruim, pelo menos o suficiente para admitir que os outros estão certos.
A POÉTICA MODERNA
"A poética moderna radica na tensão entre propostas teóricas e concomitante prática poética, no modo como a linguagem do poema organiza os elementos sonoros e imagéticos. A poesia modernista abandona a feição mágica e redentora, para se converter em arte lúdica, caracterizando-se pelo experimentalismo. Da estética da destruição futurista à escrita automática dos surrealistas, diminui a importância do verso como caráter de unidade do poema, e com ele as convenções rítmicas e rímicas, pela valorização da linguagem enquanto tema e objeto da própria arte. No rastro das invenções modernistas, o Formalismo Russo formula teorias da produção poética, privilegiando a autotelicidade do objeto literário, baseada no papel da novidade, da surpresa - o 'estranhamento'. Chklovski aborda a poesia como 'tornando estranha' a linguagem, pela estilização dos elementos. Para o formalista russo, a arte libera o objeto do automatismo perceptivo, transferindo-o para uma esfera de nova percepção, num procedimento de singularização. Obscurecendo a forma, sugere Chklovski, o artista aumenta a dificuldade e a duração da percepção."
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Trecho extraído do livro O fenômeno da produção poética, de Orlando Fonseca.
quinta-feira, 12 de março de 2009
O FENÔMENO DA PRODUÇÃO POÉTICA

terça-feira, 10 de março de 2009
FALA, DOUTOR
"Não há, da pré-escola à pós-graduação, nenhum outro evento mais importante em termos de transformação do que a capacidade de ler e escrever."
Orlando Fonseca
segunda-feira, 9 de março de 2009
SEM TÍTULO
sexta-feira, 6 de março de 2009
LOUCURAS
Antes de ler filósofos e cientistas, entre os quais Voltaire, Feuerback, Nietzsche, Russel, Darwin, S.J.Gould e Dawkins, vivi alguns anos como frequentador de uma igreja católica. Desde os sete anos, quando fui condicionado a confessar um pecado para o padre que conduziu minha primeira comunhão. Continuo a ler a Bíblia, mas não acredito na palavra revelada. Penso que o arcebispo de Pernambuco não representa a voz da moral cristã, mas a de um louco (que acaba de considerar o aborto pecado mais grave do que o estupro, excomungando a mãe da menina grávida e a equipe médica que realizou o aborto). Qual o pecado de uma criança inocente que é estuprada por um indivíduo adulto dominado pela libido sexual? A igreja católica (com letra minúscula, sim) está cheia desses líderes desastrosos. José Cardoso Sobrinho, o arcebispo de Olinda e Recife, é desse time a que pertence um Richard Williamson (que afirmou não ter existido o holocausto).
RESPOSTA AO ZOMBETEIRO
Alguns de meus visitantes anônimos (entre os quais Sátiro, que comenta minha postagem anterior), não se cansam de me fazer provocações. Nessa arte, excedem-se em ignorância, ainda que na presunção de representarem o contrário, a verdade. O comentarista citado entre parênteses, diante do que escrevo sobre a Internet refletir a noção equivocada e antropocêntrica do senso comum, pergunta "que noção não cometeria tal equívoco". Elementar: todas as outras noções que calculassem menos bilhões de anos para a duração das pequenas estrelas (em vista do Universo ter uma idade aproximada de 15 bilhões, bem menor que uma centena de bilhões). O equívoco persistiria, mas não o disparate editado na enciclopédia. Para tornar procedente sua sátira (escrito maledicente, zombeteiro), Sátiro deveria deletar o demonstrativo "tal". A despeito de conhecer a mitologia, sequer tem noção de lógica discursiva.
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O verbo costumar é estranho ao âmbito científico. Está na boca do senso comum.
quinta-feira, 5 de março de 2009
WIKIPÉDIA - ENCICLOPÉDIA LIVRE (E NÃO-CONFIÁVEL)

quarta-feira, 4 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
CRIME ANUNCIADO
A destruição da estátua de Aureliano de F. Pinto (recém-inaugurada na Rua dos Poetas) não foi acidental. O ciclista bêbado não passa de um álibi, real ou imaginário, ou para descriminalizar o ato vandálico, ou para ridicularizá-lo ao extremo. Somando-se aos criminosos comuns, surge um novo tipo em nossa cidade: o manipulador (ou malfeitor?) de informações, inclusive com o auxílio dos meios digitais. Entre eles, há os que rejeitam publicamente o epíteto Terra dos Poetas para Santiago. Entre outros santiaguenses, saudosistas na aparência, há os que são visceralmente dominados pelo instinto de destruição (tânatos). Como não podem agir contra a vida de seus concidadãos, insurgem-se contra as obras realizadas por estes. O monumento ao poeta fora antes destruído diversas vezes. Fulano chegou a dizer que, quando fosse autoridade, mandaria arrancar o Aureliano da Rua dos Poetas. Sicrano quase enfartou porque queria outro autor ali homenageado. Beltrano defendeu que Aureliano não merecia tão pobre e mal-acabada homenagem. Fulanos, sicranos e beltranos difamam os poetas mortos e ridicularizam os vivos. A destruição anunciada demoraria alguns dias, no máximo dois meses para se consumar efetivamente. Era uma questão de tempo. Ninguém se manifestou a favor desse vandalismo, mas que o ato fez a felicidade daqueles que criticam o projeto de aculturação da Rua dos Poetas isso é inegável. Infelizmente, as criaturas humanas são metade anjo e metade demônio. Elas não podem mandar seus demônios embora, como escreveu um pensador existencialista: seus anjos iriam também. Em Santiago, a recíproca não parece verdadeira. Há demônios soltos por aí.
INACREDITÁVEL!
Agora fazem comentário em blogs de terceiros com o meu nome. Nunca critiquei erros ortográficos de ninguém, apesar de corrigi-los onde quer que eles se encontrem. Neste aspecto, penso ter atingido o nível profissional. Por isso, procurarei me desviar dessas cobras que invadiram nossa blogosfera, comentando anonimamente na maioria das vezes.
Agora já sei quem é a lavadeira principal, criada a toddy. Mudarei o poema abaixo para "a lavadeira lava..."
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