O escritor e zoólogo inglês Desmond Morris - autor de O macaco nu - descreve o corpo feminino, explicando como certas características foram valorizadas ou desprezadas. Na fronteira da Zoologia com a História e a Sociologia, Morris desnuda nesse livro os processos que levaram a mulher a se transformar naquilo que ele define como "o mais extraordinário organismo existente no planeta". Acerca dos cabelos, por exemplo, escreve:
Existem cerca de 100 mil fios de cabelo numa cabeça humana. As loiras têm cabelos mais finos e, como compensação, um número de fios ligeiramente superior à média - geralmente cerca de 140 mil. As morenas têm cerca de 108 mil, enquanto as ruivas que possuem cabelos mais espessos, têm apenas 90 mil. [...] Qual é a atração dos cabelos loiros, um apelo tão forte a ponto de criar a bizarra situação de termos no mundo mais loiras artificiais do que verdadeiras? Parte do poder de atração dos cabelos loiros reside no fato de eles serem finos e leves, mais suaves ao toque e portanto mais sensuais nos momentos de íntimo contato corporal. Por entre os dedos ou no contato com o peito do homem, a suavidade dos cabelos evoca a maciez da carne feminina. Assim, nesse aspecto, as loras são mais femininas que as ruivas ou as morenas. Na verdade, a feminilidade das loiras se estende a todo o corpo. A mulher loira tem uma penugem fina e suave nas partes em que a morena precisa usar uma lâmina de barbear ou creme depilatório. [...] A sedosidade de seus pêlos púbicos é muito diferente da aspereza dos pêlos das morenas. [...] A mulher loira passa uma imagem mais juvenil.[...] As loiras passam uma idéia de juventude porque, em grande parte da humanidade, os bebês são mais loiros que os pais, de modo que a combinação entre "olhos azuis" e "madeixas loiras" ficou indelevelmente associada à infância.
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