segunda-feira, 22 de outubro de 2007

AS TRÊS HUMILHAÇÕES DA HUMANIDADE








A primeira foi propiciada pelos estudos astronômicos de um monge polonês, chamado Nicolau Copérnico. Em 1543, ele prova matematicamente que o nosso planeta, "almofada de repouso dos pés de Deus e ponto escolhido para a sua peregrinação redentora", não passava de pequenino satélite dum pequenino sol. Retomando as palavras de Will Durant: "Tudo mudou a partir desse instante - distâncias, significações, destinos. E Deus, que estava tão perto de nós, morando no seu sólio de nuvens, afastou-se para o fundo do espaço sem limites". Portanto, a Terra dexava de ser o centro do Universo.
A segunda está relacionada com esse senhor britânico de barbas longas: Charles Darwin. Segundo Durant: "E subitamente o mundo se tornou rubro, e a natureza que parece tão bela sob as cores do outono (da primavera), passou a mostrar-se feroz arena de luta, na qual o nascimento era um acidente e a morte a única certeza". Se "Copérnico reduzira a Terra a grão de poeira entre as nuvens, Darwin reduzui o homem a um animal em luta para uma transiente dominação do globo". Os pós-darwinistas confirmam as teorias do grande cientista: não somos descendentes dos macacos, mas pertencíamos à mesma espécie há sete milhões de anos (o que é equivale a deletar o "não" da assertiva anterior).
A terceira humilhação advém de outro barbudo: Sigmund Freud. O criador da Psicanálise descobriu muitas coisas, como o inconsciente, o que significa dizer que o tão amado e idolatrado "eu não é dono sequer de seu próprio nariz", nas palavras do professor Michael Günter, que consolidou essas três humilhações.
oooo
Como eu poderia cultuar uma religião tradicional, se leio sobre essas descobertas há quase trinta anos?

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, por favor, faça o que o Centro Cultural não fez, em desrespeito a todos que enviaram trabalhos para o VII Concurso Aureliano de Poesia, e divulgue a lista dos premiados em seu blog. Agradecemos!