O homem vende livros na Feira do Largo da Ordem, que acontece
todos os domingos em Curitiba. Seu espaço fica a poucos metros do bebedouro
(onde os tropeiros davam água aos cavalos e mulas desde meados do século
XVIII).
Diferentemente de
outros feirantes, o livreiro não dispõe de uma barraca armada: vende ao sol.
Mesmo assim, ele é bem-humorado, a divertir seus clientes com algumas tiradas.
Todas as vezes que
vou à feira, dedico um tempo maior a conversar com o homem.
Dois
chistes de sua chancela transcrevo abaixo:
A mulher dá uma
olhada para tantos volumes e pergunta como eles estão organizados nas caixas de
madeira. A resposta é categórica: “Os livros estão organizados de uma forma
rigorosamente aleatória”.
Domingo último, ao
passear pelo Largo da Ordem, mais uma vez me detive em frente ao amigo vendedor
de livros. A chuva era iminente, por isso me preocupei com o acervo exposto.
Com um sorriso de tranquilidade, o homem apontou para uma lona enrolada:
“Tenho aqui o preservativo cultural.”
Infelizmente, a garoa caiu mais grossa, e o homem teve que
desenrolar o “preservativo cultural” e estendê-lo sobre os livros arrumados de
uma forma “rigorosamente aleatória”.
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