quarta-feira, 14 de abril de 2021

O QUE É A VERDADE?


        A pergunta “o que é a verdade?” se tornou uma obsessão do intelecto humano. Nenhuma resposta o satisfez até o presente. Entre os sábios, há quem responda com o silêncio – o que torna a verdade mais enigmática, mais desejada.

           A pergunta em si pressupõe um atributo da verdade, um ser ela mesma. Antes de constituí-la ontologicamente, deve-se inverter a questão: a verdade é?

           A verdade é algo independente do homem e de sua linguagem?   

           A afirmação dessa independência não escancara uma forma de alienação? Parte do mal no mundo não se origina do sim, que personifica ou que deifica a verdade?

           Na antiguidade, a verdade foi atribuída à physis (natureza, cosmo). Na Idade Média (com domínio exclusivo da mítica judaico-cristã), a verdade foi elevada a Deus. Na Modernidade, ela foi atribuída à razão.

           A Modernidade, todavia, passa a olhos vistos, e a verdade se dilui (ou se liquidifica, segundo Bauman) com o niilismo contemporâneo, num novo período civilizacional caracterizado pela pós-verdade.

           Neste período, está em curso a desmitificação da verdade, ou de sua ideia, de seu valor pressuposto. Em Nietzsche, Para além de bem e mal, pode ser lido: “Por que não preferir a não verdade?”.

           Ademais, a crença na verdade não propiciou uma existência melhor, conforme prometiam seus avatares, filósofos, teólogos e cientistas.

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