A pergunta “o que é a verdade?” se
tornou uma obsessão do intelecto humano. Nenhuma resposta o satisfez até o
presente. Entre os sábios, há quem responda com o silêncio – o que torna a
verdade mais enigmática, mais desejada.
A pergunta em si pressupõe um atributo
da verdade, um ser ela mesma. Antes de constituí-la ontologicamente,
deve-se inverter a questão: a verdade é?
A verdade é algo independente do homem
e de sua linguagem?
A afirmação dessa independência não
escancara uma forma de alienação? Parte do mal no mundo não se origina do sim,
que personifica ou que deifica a verdade?
Na antiguidade, a verdade foi atribuída
à physis (natureza, cosmo). Na Idade Média (com domínio exclusivo da
mítica judaico-cristã), a verdade foi elevada a Deus. Na Modernidade, ela foi
atribuída à razão.
A Modernidade, todavia, passa a olhos
vistos, e a verdade se dilui (ou se liquidifica, segundo Bauman) com o niilismo
contemporâneo, num novo período civilizacional caracterizado pela pós-verdade.
Neste período, está em curso a
desmitificação da verdade, ou de sua ideia, de seu valor pressuposto. Em
Nietzsche, Para além de bem e mal, pode ser lido: “Por que não preferir
a não verdade?”.
Ademais,
a crença na verdade não propiciou uma existência melhor, conforme prometiam
seus avatares, filósofos, teólogos e cientistas.
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