terça-feira, 23 de junho de 2015

JUREMIR MACHADO DA SILVA (DE NOVO)

Na condição de leitor do Correio do Povo, já fui admirador de Juremir Machado da Silva, seu colunista reconhecidamente mais polêmico.
No artigo de ontem, FHC e Lula, Juremir compara os dois ex-presidentes do Brasil - com a evidente intenção de dissimular sua defesa do segundo. 
Para fazer essa comparação, o jornalista sagaz usa do subterfúgio de se ater sobre o assunto em razão de pedidos dos leitores.
Do ponto alto da comparação entre os dois ex-presidentes, destaco "FHC é muito mais culto" e "Lula é muito mais inteligente". 
Juremir cria uma dicotomia entre cultura e inteligência, atribuindo-as a FHC e a Lula, respectivamente. Em seguida, afirma que "FHC foi mais esperto".
Isso me basta para, mais uma vez, questionar o oportunismo de Juremir (do tipo que fez sucesso no telejornalismo brasileiro, com Boris Casoy). 
Na distinção acima, há um jogo equivocado de conceitos, o qual beneficia o político que mais próximo esteve de conferir ao colunista uma "bolsa família" ideológica - Lula. 
A língua portuguesa distingue inteligência e esperteza (pela etimologia dos dois termos: inteligência, aptidão para o conhecimento; esperteza, característica de quem é ou está desperto, definido por Houaiss como "ardil", "astúcia", "malandragem"). 
No princípio da Filosofia, os pensadores gregos associavam o conhecimento à virtude, ao bem. 
Todos os políticos brasileiros ainda saberão que, sem comparar a FHC, Lula constitui o melhor exemplo vivo de esperteza, a qual não pode ser tomada como inteligência, sabedoria.
Juremir se presta a fazer tal confusão, usando FHC como bode expiatório.
 

Um comentário:

vulmarleite@gmail.com disse...

Papel feio de um intelectual que se diz isento. Na verdade, trata-se de um militante político enrustido e dissimulado, que abusa de sua condição de professor universitário e de sua formação acadêmica (segundo informações ele teria doutorado em literatura e comunicação) para prestar serviços aos seus patrões e mantenedores, de forma mesquinha, buscando enganar e influir na percepção e discernimento das pessoas de boa fé, sobre fatos, evidências, realidades e personagens do cenário político brasileiro. Há muito o considero um farsante, semelhante ao papel que, às vezes, é protagonizado também por Luis Fernando Veríssimo.

Parabéns, Froilam, por denunciar o ardil sórdido de um intelectual que deveria contribuir com o seu saber para ampliar a consciência crítica de seus eventuais leitores, e não se portar como jornalista chapa-branca de um segmento político partidário que dilapida os alicerces da nação brasileira.

Cordialmente,
Vulmar Leite