A condição de ser santiaguense do deputado Miguel Bianchini
não é suficiente para merecer deste seu conterrâneo um voto de solidariedade. Certamente,
esse apoio despertaria suspeitas fundamentadas no paroquialismo,
justificando-se o menosprezo daqueles que exigem do deputado a retratação ou a
prova.
No momento em que acuso a sociedade de superestimar os políticos, porque
eles estão muito aquém de suscitar um sentimento de nobreza, ouço uma voz
isolada, corajosa e verdadeira. A coragem e o conhecimento demonstrados por ela
são suficientes para despertar meu interesse em ouvi-la com toda a atenção e de
repercuti-la (até como testemunho autocrítico do que afirmo a priori).
Aparentemente, não há como o
deputado Bianchini provar o que disse, mas essa impossibilidade não torna falso
o que disse.
Depois de um século, Rui Barbosa continua muito atual:
“De tanto
ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver
crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o
homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser
honesto”.
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