A
moral que orientava nossa sociedade vem sofrendo rupturas numa frequência cada
vez maior. No âmbito da sexualidade, por exemplo, a ordem secular começou a ser
questionada com rigor a partir dos anos sessenta, sob a bandeira do movimento
feminista. Para que esse movimento se constituísse como fato social, houve
indivíduos que, de uma forma isolada, ousaram bater de frente com os tabus. O teatro, o cinema e a televisão foram exitosos em personificar as
primeiras mártires ou heroínas, que contribuíram para a fundamentação
ideológica do movimento.
Entre o furor uterino (sem barreiras) e
a misandria, o feminismo floresceu à revelia das pulsões, romantizado como uma
reconstrução dos afetos.
As rupturas passaram a ocorrer numa
reação em cadeia. A revolução sexual, ainda em processo, ganhou o apoio
incondicional dos gays, lésbicas e simpatizantes (GLS).
Uma das últimas conquistas, prestes a se
transformar em estatuto foral, consiste num novo conceito de família. Certamente, esta será a ruptura
moral mais significativa no âmago da nossa sociedade – hoje (des)orientada pela
propaganda do consumismo e da sexualização, como sinônimos de um modo de
existência mais feliz.
A chamada pós-modernidade já começou a gestar
seres teratológicos, como de uma mulher grávida de seis meses de Atlanta (EUA),
que anuncia a venda de seu futuro bebê por muito dinheiro ou droga. Há mais
tempo, leiloava-se a virgindade.
A todo bônus há o ônus correspondente. O
trade-off é inevitável.
A desigualdade diminui entre os gêneros,
que querem não mais caracterizados pelos cromossomos X ou Y, ou pela constituição
física do indivíduo. Eles se mesclam agora na superestimação dos afetos – segundo o
guia sexualmente correto.
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