sexta-feira, 5 de junho de 2015

REFLEXÃO NECESSÁRIA (ANTES DO CAFÉ)



       A moral que orientava nossa sociedade vem sofrendo rupturas numa frequência cada vez maior. No âmbito da sexualidade, por exemplo, a ordem secular começou a ser questionada com rigor a partir dos anos sessenta, sob a bandeira do movimento feminista. Para que esse movimento se constituísse como fato social, houve indivíduos que, de uma forma isolada, ousaram bater de frente com os tabus. O teatro, o cinema e a televisão foram exitosos em personificar as primeiras mártires ou heroínas, que contribuíram para a fundamentação ideológica do movimento.
Entre o furor uterino (sem barreiras) e a misandria, o feminismo floresceu à revelia das pulsões, romantizado como uma reconstrução dos afetos.
As rupturas passaram a ocorrer numa reação em cadeia. A revolução sexual, ainda em processo, ganhou o apoio incondicional dos gays, lésbicas e simpatizantes (GLS).
Uma das últimas conquistas, prestes a se transformar em estatuto foral, consiste num novo conceito de família. Certamente, esta será a ruptura moral mais significativa no âmago da nossa sociedade – hoje (des)orientada pela propaganda do consumismo e da sexualização, como sinônimos de um modo de existência mais feliz.
A chamada pós-modernidade já começou a gestar seres teratológicos, como de uma mulher grávida de seis meses de Atlanta (EUA), que anuncia a venda de seu futuro bebê por muito dinheiro ou droga. Há mais tempo, leiloava-se a virgindade.
A todo bônus há o ônus correspondente. O trade-off é inevitável.
A desigualdade diminui entre os gêneros, que querem não mais caracterizados pelos cromossomos X ou Y, ou pela constituição física do indivíduo. Eles se mesclam agora na superestimação dos afetos – segundo o guia sexualmente correto.

Nenhum comentário: