sábado, 31 de janeiro de 2015

EXCERTO NIETZSCHIANO

"No cristianismo, nem a moral nem a religião possuem qualquer ponto de contato com a realidade. Apenas causas imaginárias ('Deus", "alma", "espírito", o "livre-arbítrio" - ou também o "não livre"); apenas efeitos imaginários ("pecado", "salvação", "graça", "castigo", "perdão dos pecados"). Uma relação entre criaturas imaginárias ("Deus", "espíritos", "almas"); uma ciência natural imaginária (antropocêntrica; carência completa da noção de causas naturais) uma psicologia imaginária (apenas mal-entendidos acerca de si mesmo, interpretações de sensações gerais agradáveis ou desagradáveis, por exemplo, dos estados do nervus sympathicus, com a ajuda da linguagem de sinais da idiossincrasia moral-religiosa - "arrependimento", "remorso", "tentação do Demônio", "proximidade de Deus"); uma teleologia imaginária ("o reino de Deus", "o Juízo Final", "a vida eterna"). - Esse puro mundo de ficções se distingue muito a seu desfavor do mundo dos sonhos pelo fato de que este reflete a realidade, enquanto ele a falsifica, desvaloriza, nega."

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