Em alguns cruzamentos de ruas de nossa cidade, mais movimentados e com duplo sentido da via (como é o caso da Sete de Setembro e da Silveira Martins em Santiago), sugiro que sejam colocadas barreiras (cimento ou plástico) no centro do cruzamento. O sentido deverá ser indicado por placas de sinalização vertical no alto da (falsa) rotatória. Seja permitindo todas as mudanças de sentido ou não.
Noutros cruzamentos menos movimentados, a barreira terá a função de apenas estreitar a faixa, obrigando o automóvel a reduzir a velocidade.
No meu próximo livro, Palavras de fogo, escrevo sobre o motorista borderline:
A
história sobre esses jovens que se acidentaram na Sete de Setembro poderia ser
diferente. Num universo paralelo, onde a fatalidade não cede à sorte, eles
teriam perdido a vida, enlutando o sábado santiaguense. Os familiares já
estariam pedindo justiça, contra o prefeito que mandou asfaltar aquela via,
contra a fábrica do automóvel acidentado (que o capacitou de uma potência muito
acima do necessário), contra as lojas de conveniência que vendem bebida
alcoólica, contra a polícia que não fiscalizou o trânsito, contra a carência de
médico legista em Santiago, ad nauseam. O mundo real não foi
abalado, todavia. O sábado continua azul. Logo mais, à noite, outros jovens
correrão o risco de morte. Esses notívagos transitam na linha que separa
os dois mundos, da sorte e da fatalidade, da vida e da morte.
Na verdade, a culpa nunca é do outro (contrariamento ao que sói acontecer em caso de acidente), mas do sujeito da ação de dirigir.
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