Meus palpites sobre acontecimentos futuros são baseados numa
análise racional do presente, diferentemente dos leitores de búzios, cartas,
estrelas, pedras e o escambau.
Em julho de 2011, publiquei um
texto no Expresso Ilustrado e em meu blog, Bola para
longe, em que dissertava pela primeira vez sobre a Copa do Mundo de Futebol
de 2014. Nessa oportunidade, escrevi:
"Hoje a seleção brasileira
vive a decadência, que, inexorável e definitivamente, perdeu o favoritismo que
ostentou ao longo de quatro décadas..."
"A última Copa do Mundo e,
mais recentemente, a Copa América provam que não há exagero em minha
avaliação..."
"A condição de anfitriã não
pesará como fator decisivo. Uma nova frustração calará mais fundo na alma dos
brasileiros, porque desta vez ela virá ao crepúsculo (quando o sol da glória,
do orgulho, feito uma bola, será chutado para longe)..."
Na previsão imediatamente acima,
em tom poético (não tomar por profético), quis adiantar que uma derrota em 2014
seria mais sofrida que a de 1950. Em meados do século XX, o Brasil vivia a
perspectiva da ascensão, da primeira vitória, que ocorreria oito anos mais
tarde, na Suécia.
A derrota vexatória para a
Alemanha ontem, nas semifinais, sela de vez a decadência do futebol brasileiro,
não mais no amanhecer de um ciclo histórico desse desporto, senão em seu crepúsculo.
Uma longa noite se estenderá à frente, para maior tortura dos insones.
(Essa decadência, diga-se de passagem, sempre tem um bode expiatório: o técnico. Um bode menor, que se criou na Granja Comary este ano: o emocional.)
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