O trânsito é outro tema recorrente neste blog, não obstante sua dessemelhança com a literatura. Os longos dez anos que trabalhei com a formação de motoristas no 19º Grupo de Artilharia de Campanha, tanto na prática quanto na teoria, fizeram-me um profundo conhecedor do assunto. Modéstia à parte.
O principal problema do trânsito, qual seja, a ocorrência de acidentes fatais, nunca foi analisado com profundidade. O estudo não deve prescindir, por derradeiro, de uma compreensão psíquica do homem. O que se sabe, por exemplo, sobre as pulsões, que condicionam o comportamento humano?
Ontem quase escrevi sobre as queixas que o senso comum faz das estradas, as quais seriam responsáveis pelas mortes nesse ir e vir que se caracteriza cada vez mais pela entropia (ou desorganização).
Para minha surpresa, abro o Zero Hora e leio em seu editorial:
"As estradas não matam. O que mata, no trânsito, é a alta velocidade, a imprudência, a ingestão de bebida pelos condutores e o desrespeito às normas e à sinalização".
Antes de culpar um fator externo, indireto, devemos perguntar por que o condutor de automóvel gosta de correr, deslocar-se em alta velocidade. Por que ele não obedece às normas de conduta? Como anda a valoração da vida?
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