terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ANO ÀS BRINCAS

A agenda de 2014 está lotada de grandes eventos, para a felicidade daqueles que necessitam de uma “cortina de fumaça” para encobrir desmandos e falcatruas recorrentes na política deste país. 
O primeiro evento a se aproximar é o Carnaval – o grande circo de nossa cultura. 
Em seguida, vem a Páscoa – coerente com a ordem de prioridade do hedonista: a carne em primeiro lugar, o espírito depois. 
Espírito até por ali, onde não alcança o poder açambarcador do comércio. Todo apelo comercial nessa época, diga-se de passagem, contradiz a necessidade de trabalho até maio para o pagamento de imposto. 
Disso não lembrará o povo, bombardeado pela mídia, fã de big brother, já ocupado com o maior evento da metade do ano: a Copa do Mundo de Futebol. 
A exceção fica por conta de alguns poucos críticos, que veem desde agora o acúmulo de desacertos fazer uma Copa do Mundo no Brasil (obedecendo aos padrões exigidos pela FIFA). 
Passado o evento desportivo, cujo resultado poderá atender às expectativas dos mais apaixonados, ou não, o ano às devas começaria em agosto. 
Todavia, a paixão pelo futebol será imediatamente substituída por outra, quem sabe ainda mais envolvente – a política. A eleição para presidente transformar-se-á no grande evento do segundo semestre, na campanha eleitoreira antes de outubro, na constituição do novo governo depois de outubro. 
O ano passará sem que se perceba a queda contínua do PIB (não mais atribuída ao governo federal, como se insinuou no início em relação ao crescimento da economia), não se perceba a crise na Petrobras (sob a pressão de começar a exploração do pré-sal), não se perceba o aumento da dívida pública interna, não se perceba a mentira e a corrupção como imorais, não se perceba outras tantas coisas.

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