terça-feira, 10 de dezembro de 2013

CRÔNICA DO COTIDIANO SANTIAGUENSE

Um casal de namorados me chamou a atenção na tarde de ontem. Os dois desciam de mãos dadas pela Rua Eudócio Pozzo - em direção à Estação do Conhecimento.
Muito franzina, ela aparentava não mais que 15 anos de idade. Sua barriga proeminente denunciava uma gravidez de cinco a seis meses. Também magérrimo, ele não passava de um adolescente, a ostentar a primeira barba. 
Num primeiro momento, considerei ruim a gravidez prematura da adolescente. Ruim para ela, em vista de ter que se dedicar alguns anos de sua juventude à criação de um filho. Ruim para ele, com a responsabilidade que passará a lhe exigir a condição de pai. Ruim para ambos, obrigados a constituir uma nova família antes do tempo para tal (de acordo com os padrões impostos pela nossa cultura). 
Em casa, num segundo momento, reconsiderei minha apreciação. No caso dessa adolescente, a gravidez é boa. Biológica e moralmente. A vida tem assegurada sua continuidade (o que é possível a partir de uma relação heterossexual). 
O casal me pareceu muito feliz. Uma pena que desciam a Rua Eudócio Pozzo - em direção à Estação do Conhecimento.

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