A perda auditiva
entre crianças e adolescentes é um fato (passível de ser
verificado nas duas últimas décadas).
O Zero Hora de sábado,
17, publicou uma reportagem sobre o assunto. Segundo o
otorrinolaringologista citado, a culpa desse problema de saúde
moderno é dos fones de ouvido.
Este conhecimento é científico e
popular (ao mesmo tempo). Todos sabemos que os nossos jovens
ouvem música em alto volume. Os fones de ouvido apenas disfarçam
tal condição. Dizer que o aparelho é o vilão, como se expressa o
médico, constitui uma falácia (da falsa analogia). O sujeito que
ouve a música em alto volume é o verdadeiro culpado - e vítima
também.
Há outros problemas não apenas decorrentes da surdez e que
a superam em gravidade. A reportagem supracitada faz uma menção a
alguns deles em nota de rodapé (com fonte menor)*. Eles ainda escapam
à ciência, sua abordagem se encontra no campo
especulativo.
Concomitantemente com o problema da surdez,
pergunto se a música não tem diminuído a capacidade cognitiva dos
ouvintes contumazes.
Em 1988, na Universidade Tuiuti, Curitiba
(PR), insinuei sobre a incompatibilidade entre estudar e ouvir música
ao mesmo tempo. Uma colega roqueira quase avançou em mim.
Como
não associar o volume alto e a baixa qualidade do que se ouve a uma
alienação discursiva? Como não cotejar o tempo a ouvir a
barulheira (pretensamente musical) com o dedicado ao estudo?
Mesmo
que as questões acima não sejam respondidas, confirmando-se o mal
pressuposto, entendo que burrice é a denominação mais adequada
para a vontade de querer se tornar surdo.
* A criança não reage quando é chamada ou não obedece a ordens.
Parece desatenta.
Dificuldade de concentração.
Apresenta atraso na aquisição da linguagem.
Tem queda no desempenho escolar.
Fixa o olhar na boca do interlocutor, tentando fazer leitura labial.
(Tem) dor de cabeça.
Irritação.
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