A revista Military Review de março-abril traz o ensaio Nosso erro em relação ao México, de Paul Rexton Kan (professor adjunto de Estudos de Segurança Nacional do Exército dos EUA), que revela uma das feridas de nossa civilização: o tráfico de drogas. Por minha conta, antecederia à palavra "tráfico" com outra que lhe serve de causa: "consumo". Isso mesmo: consumo-tráfico! Mais do que o tráfico, o consumo é sintoma de um estado de decadência humana.
Com a violência, "os cartéis mexicanos tentam intimidar o Estado com o intuito de proteger seus interesses financeiros, evitar o encarceramento e manter suas famílias fora de perigo". Todavia, com argumentos estatísticos, o ensaísta discorda que haja uma insurgência: "menos de 10% das mortes foram de agentes estatais". O maior número de mortes ocorre com integrante dos cartéis. Mesmo que o governo mexicano concedesse o perdão e a anistia aos líderes dos cartéis, com a proposta de suspenderem suas operações, os criminosos não negociariam, uma vez que seu principal objetivo é lucrar com as atividades ilícitas.
Conclui o professor: "Os defensores da classificação de narcoinsurgência/narcoterrorismo estão cometendo o erro de confundir conflito de baixa intensidade com o que seria mais propriamente uma criminalidade de alta intensidade".
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