Em longas conversas com meu tio Raul, eu defendia a participação do Exército no combate ao tráfico, ao emprego de armas e à violência no Rio de Janeiro. Ele discordava, brizolista de cruz na testa. Morador da rua Leopoldo, a duas quadras do Morro do Andaraí, trabalhava como taxista (depois de aposentado). Para apanhar seu táxi ou guardá-lo na garagem, andávamos na linha limítrofe entre o morro e o asfalto. Ali os bandidos controlavam o trânsito, armados até os dentes. A polícia não chegava ali.
Morei no Rio em 1984 (10 meses), em 1987 (quatro meses) e 1993 (quatro meses). Sou testemunha (mais auditiva que visual) do bang bang que ocorria em pleno dia e se intensificava à noite. Apanhava o ônibus e (mais adiante) o trem para Marechal Deodoro, onde frequentava os cursos da Escola de Material Bélico. Andava na rua acossado com o eco dos tiros que vinham do morro. Em frente à panificadora em que comprava leite, os vendedores de droga faziam ponto na parada final do 217. Noutros lugares, policiais vendiam armas para os bandidos. Eu vi.
O primeiro assalto que presenciei no interior do Grajaú - Leblon, ao meio-dia e meia, contemplei uma pistola automática a 50 cm destes olhos que o céu há de levar. Nunca fui assaltado ao longo dos 18 meses que morei no Rio, onde andava por todos os lugares (menos dentro das favelas).
Diante do discurso mais radical, tio Raul me contraponteava. Para ele, o morro era habitado por trabalhadores, que os grandes traficantes de armas e drogas eram magnatas do asfalto. Eu não queria aceitar que o Estado (juízes, delegados, policiais etc.) pudesse imiscuir-se no crime. Pessoas ligadas ao Brizola (e rompidas com ele) afirmaram que o candidato discursava nas "comunidades" que se eleito fosse (a primeira vez) a polícia não subiria o morro. Não acreditei, quando me disseram tal coisa.
Também fui testemunha no Rio da má fama da polícia. Os cariocas, do morro ou do asfalto, eram unânimes em execrar policiais. Os bandidos não os amedrontavam tanto quanto. Para mim, isso era o fim. Nós, do Exército, não podíamos andar fardados na rua, ao contrário do que acontece em Santiago.
Finalmente, minha proposta de invasão ao morro, com a tropa que fosse necessária (todas as polícias, Marinha, Aeronáutica e Exército), começa a reverter o quadro que parecia inexorável. Para tomar o território, desarmar o bandido e prender todos os envolvidos com a droga, do grande traficante ao vendedor da "boca".
Espero que a partir dessas primeiras operações, todos os brasileiros passem a acreditar na ordem, no bem (muitas vezes instituídos ou recuperados pela força).
Morei no Rio em 1984 (10 meses), em 1987 (quatro meses) e 1993 (quatro meses). Sou testemunha (mais auditiva que visual) do bang bang que ocorria em pleno dia e se intensificava à noite. Apanhava o ônibus e (mais adiante) o trem para Marechal Deodoro, onde frequentava os cursos da Escola de Material Bélico. Andava na rua acossado com o eco dos tiros que vinham do morro. Em frente à panificadora em que comprava leite, os vendedores de droga faziam ponto na parada final do 217. Noutros lugares, policiais vendiam armas para os bandidos. Eu vi.
O primeiro assalto que presenciei no interior do Grajaú - Leblon, ao meio-dia e meia, contemplei uma pistola automática a 50 cm destes olhos que o céu há de levar. Nunca fui assaltado ao longo dos 18 meses que morei no Rio, onde andava por todos os lugares (menos dentro das favelas).
Diante do discurso mais radical, tio Raul me contraponteava. Para ele, o morro era habitado por trabalhadores, que os grandes traficantes de armas e drogas eram magnatas do asfalto. Eu não queria aceitar que o Estado (juízes, delegados, policiais etc.) pudesse imiscuir-se no crime. Pessoas ligadas ao Brizola (e rompidas com ele) afirmaram que o candidato discursava nas "comunidades" que se eleito fosse (a primeira vez) a polícia não subiria o morro. Não acreditei, quando me disseram tal coisa.
Também fui testemunha no Rio da má fama da polícia. Os cariocas, do morro ou do asfalto, eram unânimes em execrar policiais. Os bandidos não os amedrontavam tanto quanto. Para mim, isso era o fim. Nós, do Exército, não podíamos andar fardados na rua, ao contrário do que acontece em Santiago.
Finalmente, minha proposta de invasão ao morro, com a tropa que fosse necessária (todas as polícias, Marinha, Aeronáutica e Exército), começa a reverter o quadro que parecia inexorável. Para tomar o território, desarmar o bandido e prender todos os envolvidos com a droga, do grande traficante ao vendedor da "boca".
Espero que a partir dessas primeiras operações, todos os brasileiros passem a acreditar na ordem, no bem (muitas vezes instituídos ou recuperados pela força).
Nenhum comentário:
Postar um comentário