Dentro da Livraria Santiago, encontram-se um pastor evangélico, um ateu e o livreiro. O pastor apanha um livro da estante sobre a vida de Jesus e discursa:
- Quanto sofrimento!
O ateu não se contém:
- Mais importante é o que ele ensinou...
Leitor de Nietzsche e crítico dos cristãos, o ateu compreende quais os sentimentos que compõem esse culto à personalidade de um Cristo que sofreu horrores, antes de ser morto numa cruz. Prossegue:
- Há uma contradição entre admirar Jesus e não seguir seus ensinamentos.
Diante do olhar pasmado dos outros, cita o exemplo do que está escrito em Mateus, "Deus e as riquezas" (ninguém pode servir a dois senhores...), ou " O jovem rico" (se queres ser perfeito...)
- O que fez o bispo Edir Macedo? Inseriu no corpo doutrinário de sua igreja que a prosperidade material neste mundo é uma promessa de Deus. O resultado é uma riqueza incalculável, a despeito de ter começado sua pregação há três décadas num coreto do Meier (RJ).
Dito isso, o pastor sai desnorteado da livraria. Sua vida pessoal é uma demonstração de indisfarçável corrida pelos bens materiais, desconhecendo-se dele qualquer gesto de amor ao próximo.
- As demais igrejas seguem essa doutrina da Universal.
O livreiro concorda, antes de dizer que frequenta uma delas.
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