"No cristianismo, nem a moral nem a religião possuem qualquer ponto de contato com a realidade. Apenas causas imaginárias ('Deus", "alma", "espírito", o "livre-arbítrio" - ou também o "não livre"); apenas efeitos imaginários ("pecado", "salvação", "graça", "castigo", "perdão dos pecados"). Uma relação entre criaturas imaginárias ("Deus", "espíritos", "almas"); uma ciência natural imaginária (antropocêntrica; carência completa da noção de causas naturais) uma psicologia imaginária (apenas mal-entendidos acerca de si mesmo, interpretações de sensações gerais agradáveis ou desagradáveis, por exemplo, dos estados do nervus sympathicus, com a ajuda da linguagem de sinais da idiossincrasia moral-religiosa - "arrependimento", "remorso", "tentação do Demônio", "proximidade de Deus"); uma teleologia imaginária ("o reino de Deus", "o Juízo Final", "a vida eterna"). - Esse puro mundo de ficções se distingue muito a seu desfavor do mundo dos sonhos pelo fato de que este reflete a realidade, enquanto ele a falsifica, desvaloriza, nega."
sábado, 31 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
SÁBIO CONSELHO
Nunca consultes uma CARTOMANTE apenas, mas deves procurar uma outra e, depois desta, uma terceira. As três devem te falar, em essência, sobre a mesma coisa. Caso contrário, TU descobrirás que mentem todas elas. OBVIAMENTE, para não chegares a essa conclusão, sempre consultas uma cartomante apenas. No FUNDO, queres mesmo é ser enganado em relação ao teu futuro.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
CIÊNCIA OU SENSACIONALISMO?
Via Láctea 'pode ser
buraco de minhoca para viagens no tempo'
Nossa galáxia pode ser, em teoria, um grande túnel semelhante a um
buraco de minhoca (ou túnel de viagens no espaço e no tempo), possivelmente
"estável e navegável" e, portanto, "um sistema de transporte
galático". É o que sugere um artigo publicado no periódico Annals of
Physics.
O estudo - que, ressaltam os cientistas, ainda é uma hipótese - é
resultado de uma colaboração entre pesquisadores italianos, americanos e
indianos.
Para chegar a essas conclusões, os estudiosos combinaram equações da
teoria da relatividade geral, desenvolvida por Albert Einstein, com um mapa
detalhado da distribuição de matéria escura (que representa a maior parte da
matéria existente no Universo) na Via Láctea.
"Se unirmos o mapa da matéria escura na Via Láctea com o modelo
mais recente do Big Bang para explicar o Universo e teorizarmos a existência de
túneis de espaço-tempo, o que obtemos é (a teoria) de que nossa galáxia pode
realmente conter um desses túneis e ele pode ser do mesmo tamanho da própria
galáxia", disse Paolo Salucci, um dos autores do estudo e astrofísico da
Escola Internacional de Estudos Avançados de Trieste (Sissa, na sigla em
italiano).
"Poderíamos até viajar por esse túnel, já que, com base em
cálculos, ele seria navegável. Assim como o visto recentemente no filme
Interestelar."
Ainda que túneis desse tipo tenham ganhado popularidade recentemente com
o filme de ficção científica, eles já chamam a atenção de astrofísicos há muito
tempo, explica comunicado do Sissa.
Salucci afirmou não ser possível dizer com absoluta certeza que a Via
Láctea é igual a um buraco de minhoca, "mas simplesmente que, segundo
modelos teóricos, essa hipótese é possível".
O cientista explicou que, em teoria, seria possível comprovar essa
hipótese fazendo uma comparação entre duas galáxias - aquela à qual pertencemos
e outra parecida. "Mas ainda estamos muito longe de qualquer possibilidade
real de fazer tal comparação."
Matéria escura
Estudos prévios já haviam demonstrado a possível existência desses
buracos de minhoca em outras regiões galáticas. Segundo o estudo do Sissa, os
resultados obtidos agora "são um importante complemento aos resultados
prévios, confirmando a possível existência dos buracos de minhoca na maioria
das galáxias espirais".
O estudo também reflete sobre a matéria escura, um dos grandes mistérios
da astrofísica moderna. Essa matéria não pode ser vista diretamente com
telescópios; tampouco emite ou absorve luz ou radiação eletromagnética em
níveis significativos. Mas a misteriosa substância compõe 85% do universo.
Salucci lembra que há tempos os cientistas tentam explicar a matéria
escura por meio de hipóteses sobre a existência de uma partícula específica, o
neutralino - particula que não pode ser identificada pelo CERN (Organização
Europeia para a Pesquisa Nuclear, que pesquisa o Bóson de Higgs, a chamada
"partícula de Deus") ou observada no Universo. Mas há teorias
alternativas que não se baseiam nessa partícula.
"Talvez a matéria escura seja uma 'outra dimensão', talvez um
grande sistema de transporte galático. Em todo o caso, realmente precisamos
começar a nos perguntar o que ela é."
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
PENSADORES DA NOVA ESQUERDA
Hoje decidi suspender a leitura de Filosofia prática, de Márcio Tiburi, porque o Correio me entregou Pensadores da Nova Esquerda, de Roger Scruton (a imagem da capa foi postada acima).
FRUIÇÃO VERSUS (AUTO)CONHECIMENTO
Minha
sobrinha, de tanto me ouvir falar sobre livros, desabafou no Facebook
que não acredita na leitura como salvação. Pessoas que leem muito,
segundo ela, “piores se apresentam ao mundo”. Encerra seu
comentário com duas frases curtas, que a redimem da generalização
apressada: “essas pessoas leem errado” e “precisam ler menos e
praticar mais vida”.
Certamente, a maioria dos leitores lê errado,
ou melhor, lê com o único objetivo do prazer em si, individual, sem
relação de alteridade. O romance é, por excelência, o gênero que
atende à fruição. Sem ler crítica literária, o leitor
dificilmente inferirá uma lição do plano mais profundo do texto –
o que exige conhecimentos prévios de psicologia, filosofia,
sociologia etc.
A propósito, o conhecimento é a outra grande função
da leitura. Conhecimento de mundo e de si mesmo (condições básicas
para conhecer o outro).
Desde Sócrates à pós-modernidade, o
autoconhecimento continua um ideal. Quase ninguém dispõe de tempo e
de espaço para tal evolução. O indivíduo é demasiadamente
pequeno para alcançar um saber que transforme sua vida para melhor.
A vida tem demonstrado amiúde que há pessoas piores e pessoas
melhores. Entre os dois tipos, encontra-se uma multidão – ainda
dominada pelas pulsões e desejos, ainda dominada pelo inconsciente.
Ao fazer referência sobre a importância da leitura, levo em conta a
própria experiência, que foge à regra (segundo a avaliação de
minha interlocutora).
domingo, 18 de janeiro de 2015
PENSAR, PENSAMOS?
Hoje iniciei a leitura de Filosofia prática, de Marcia Tiburi*. Do tópico "Produção social da ignorância", transcrevo o seguinte:
"Pensar é urgente, mas o pensamento livre, o pensamento reflexivo não é um valor nos dias atuais";
"Por que não pensamos?";
"Introjetamos um tipo de humilhação curiosa que parece fazer parte de nossa cultura: consideramos por meio dela que somos incapazes para o pensamento. Por outro lado, o pensamento cuidadoso é interpretado em nossa cultura como falta de sucesso. São dois olhares comuns na direção do pensar em nossa época, o da desconfiança e o do descrédito. Aquele que pensa está fora da regra consentida da embriaguez generalizada à qual somos diariamente convidados pelos poderes instaurados. No contexto que despreza o pensamento, a ignorância é um verdadeiro valor socialmente fomentado. A construção histórica da ignorância é um fato ao qual nos acostumamos produzindo a consciência falsa de que as coisas não podem ser de outro modo".
* Professora, romancista e filósofa gaúcha.
sábado, 17 de janeiro de 2015
PENA DE MORTE(?)
A pena de morte, na opinião de muitos, deveria ser legalizada no Brasil. A principal argumentação a favor baseia-se no índice de criminalidade, num crescente incontrolável de violência.
Menos mal que esse (pseudo)arrazoado não encontra ouvidos nos poderes que constituem o Estado. Nesse sentido, é coerente a solicitação do Planalto ao governo da Indonésia para reconsiderar a execução de Marcos Archer. Para azar do brasileiro, o presidente Joko Widodo implantara a política de tolerância zero para traficantes de droga (com o apoio da sociedade).
Sou contra a pena de morte, porque considero o direito à vida inviolável. O indivíduo que comete um crime deve ser condenado duramente, negando-se-lhe o direito à liberdade (em alguns casos, para sempre).
LEITURAS
Depois de uma breve interrupção, em que fiz outras leituras, retomei A ilha do conhecimento, de Marcelo Gleiser.
A tese central do livro é que "a cada descoberta, a Ilha do Conhecimento cresce", todavia, "cresce também o conjunto daquilo que é desconhecido".
Tanto no estudo da Astrofísica, tendo como objeto o Universo, quanto no estudo da Física Quântica, tendo como objeto o elétron, o autor discorre sobre a linha que separa o que é conhecido e o que não é, entre o que poderá ser conhecido e o incognoscível.
Neste meio mês de 2015, concluí a leitura de A escalado do Monto Improvável, de Richard Dawkins, Ensaios céticos, de Bertrand Russel, e concluo agora A ilha do Conhecimento, de Marcelo Gleiser.
Esses livros ilustram as três áreas do conhecimento que mais me fascinam: a biológica, a cosmológica e a filosófica.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
OLHA O ERRO!
A ilustração acima é do Cruzeiro do Sul - a menor e a mais conhecida das constelações. Mesmo aqueles que nasceram e se criaram na cidade, com poucas oportunidades de contemplar o céu estrelado, sabem que essas quatro estrelas representam o Cruzeiro.
Além da nossa Bandeira Nacional, mais quatro países trazem nas suas bandeiras a constelação austral: Austrália, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné e Samoa.
Um detalhe interessante (que poucos brasileiros se aperceberam, talvez por que não sejam dados à contemplação, ou porque não leem): o Cruzeiro do Sul representado em nossa bandeira está invertido, como se visto por um observador colocado além das quatro estrelas.
Isso é um equívoco absurdo!
Por que afirmo isso?
Todo desenho no céu não leva em conta a terceira dimensão, a profundidade. A cruz, nas palavras de Marcelo Gleiser, "não passa de uma ilusão, uma projeção imaginária em um domo celeste que não existe".
Considerando-se a primeira ilustração, as estrelas que compõem a constelação são as seguintes (com a distância em anos-luz entre parênteses): a estrela do alto é uma gigante vermelha de nome RUBÍDEA (88,6); no lado direito, PÁLIDA (345); a pequena é INTROMETIDA, ou EPSILON (230); do lado esquerdo, é MIMOSA (280); e a de baixo, mais próxima do Polo Sul, é ESTRELA DE MAGALHÃES (320).
Se levarmos em consideração a distância em ano-luz, Rubídea deveria ser a menor delas (vistas do outro lado da constelação). Ela é a mais próxima da Terra, a 88,6 anos-luz. A Intrometida estaria muito mais próxima do observador hipotético, portanto não seria a menor (como continua sendo representada no cruzeiro de nossa bandeira.
Todas essas estrelas são muito maiores que o Sol, diga-se de passagem.
domingo, 11 de janeiro de 2015
ENSAIO CRÍTICO
A maioria dos debates realizados sobre o
trânsito equivale a jogar conversa fora, não ultrapassando o âmbito da mera
opinião – que se sabe eivada de preconceitos e falácias.
Um dos debatedores, que também é usuário,
atribui ao outro a culpa de infringir as normas de conduta, ou que falta
fiscalização. O agente da lei, em contrapartida, opina que o problema se
deve à falta de educação do usuário.
Os achismos acabam num círculo vicioso
em torno da verdade que buscam alcançá-la sem êxito. O centro dessa verdade é
constituído pelo ego-sujeito da ação de dirigir, o qual continua incognoscível
e, por conseguinte, não responsabilizado. O “véu de Maia” que o esconde já foi
retirado pela Psicanálise, desde quando Sigmund Freud descobriu o inconsciente
humano.
O acidente com morte consiste no
principal problema do trânsito, não as “barbeiragens” e os congestionamentos
nos centros urbanos. A causa desses acidentes nas estradas e rodovias é a
velocidade alta, muito acima da regulamentada pela engenharia (isto é, pela
razão). A causa da velocidade alta, por sua vez, constitui o prazer que ela
propicia ao volante. Esse prazer não é diferente de outros prazeres que pontuam
o dia a dia de cada indivíduo, tomados como doses homeopáticas da felicidade.
Depois do acidente, que poderia ser
evitado, alega-se uma necessidade de andar mais rápido, em vista de um
compromisso, de um horário marcado. No máximo, atribui-se ao estresse. Nunca à
volúpia da velocidade.
Dessa forma, preserva-se o sujeito da
ação, não permitindo o acesso à verdade. Ainda insipiente, o eu desse sujeito é
fortemente dominado pelas pulsões, pelos desejos.
O prazer da velocidade é pulsional. Para
dominá-lo, exige-se um processo racional que conduziria o indivíduo que o manifesta
ao autoconhecimento. Krishnamurti ensinava que o conhecimento próprio começa
com a observação de si mesmo, no exato momento em que se está agindo desta ou
daquela maneira.
Uma fiscalização cem por cento eficiente
no trânsito demandaria a presença de um agente para cada condutor, como um
carona atento e rigoroso. Isso é possível numa personalidade madura, num
sujeito ético. O superego substituiria o agente.
Essa falta de maturidade também se
verifica nas mesas redondas, formadas para debater sobre os problemas do
trânsito. As opiniões, via de regra, não são esclarecidas.
(Para entender o que seja pulsão, assistir ao vídeo www.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0)
(Para entender o que seja pulsão, assistir ao vídeo www.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0)
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
BOLÍVIA TINHA SAÍDA PARA O MAR
NO mapa acima, a região mais escura que envolve Antofagasta, entre o 23º e 24º paralelos, pertenceu à Bolívia até o ano de 1883. O país perdeu esse território na Guerra do Pacífico, vencida pelo Chile. Interessante é a origem da guerra: a sanha do governo boliviano. Na época do governo Lula, o Brasil reagiu diferente do Chile.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
PAIXÃO VULGAR
Na
introdução de Ensaios Céticos, Bertrand Russel escreveu que
nossas opiniões, em especial políticas e religiosas, são
defendidas de forma apaixonada. Não apenas nossas opiniões, mas
também ações.
Independentemente
desse grande pensador, já cheguei à mesma análise por via da
observação direta da realidade. A maioria das pessoas defende com
unhas e dentes um discurso fundamentado nas próprias crenças,
fazendo ouvidos moucos para os demais discursos. Elas não se
incomodam em usar a razão uma única vez, para justificar a própria
irracionalidade.
Num
exame autocrítico, reconheço que me deixei enredar por uma paixão
bastante vulgar: o antipetismo. Hoje uma metade do país repudia o
petismo, e outra o professa abertamente. Nas últimas eleições,
aprofundou-se essa ruptura com um radicalismo que beira a psicose
social.
Dias
atrás, resolvi que preciso transcender essa paixão, fiel (o ateu
não perde essa qualidade) aos princípios racionais, que norteiam o
que há de melhor em nossa civilização. O conhecimento de mim mesmo
é o meio mais inteligente de que disponho para evoluir como ser
perfectível. Não é a crença numa religião ou num partido político.
O petismo (ou lulismo), por exemplo, transformou-se numa paixão arrebatadora de corações e mentes, do povão aos intelectuais - que ainda sonham com uma revolução perdida. Esse sonho é seu bolsa-família.
Não me imagino indo a Brasília para vaiar Dilma no dia de sua posse, expondo a irracionalidade de minha paixão antipetista - na prática. Do lado contrário, houve quem saísse deste recanto do Rio Grande do Sul, para ovacionar a presidente sobre o Rolls-Royce preto.
Decididamente, não posso mais alimentar essa paixão ordinária, sob pena de me igualar a eles.
O petismo (ou lulismo), por exemplo, transformou-se numa paixão arrebatadora de corações e mentes, do povão aos intelectuais - que ainda sonham com uma revolução perdida. Esse sonho é seu bolsa-família.
Não me imagino indo a Brasília para vaiar Dilma no dia de sua posse, expondo a irracionalidade de minha paixão antipetista - na prática. Do lado contrário, houve quem saísse deste recanto do Rio Grande do Sul, para ovacionar a presidente sobre o Rolls-Royce preto.
Decididamente, não posso mais alimentar essa paixão ordinária, sob pena de me igualar a eles.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
CAPITALISMO SELVAGEM
A Petrobras é a maior empresa brasileira de capital aberto, aberto até para uma forma moderna de selvageria. Venina Velosa falou em "esquartejamento". Dilma falou em "predadores internos".
Como sou ingênuo! Desde muito, entendia que a corrupção constitui um feito do homem civilizado.
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