domingo, 18 de novembro de 2012

ROLIM EQUIVOCADO

Marcos Rolim, no Zero Hora de hoje, escreve que "há um espaço crescente para o fascismo no Brasil". Ele cita dois "fenômenos" que corroborariam com a sua tese: "a desmoralização da atividade política e a projeção pública do ideário de segmento preconceituoso e cínico das classes médias (que sonega impostos, viola as leis do trânsito, repudia o garantismo, as políticas de inclusão e os direitos humanos, despreza as minorias, aplaude a violência policial)" etc. 
Lendo sua coluna, tenho a impressão de vivermos em países diferentes. 
Ele denomina de "fascismo" o programa de reserva, o currículo oculto, o discurso não escrito, "de parte importante de nossas elites e do senso comum". Elite e senso comum não delimitam toda a sociedade brasileira, excluindo-se outra(s) parte(s) da elite e aqueles que se encontram aquém do senso comum? Tal exceção, em que se incluiria seu próprio partido (fica subentendido), é responsável por desenvolver a democracia no Brasil.
Ele vê "Ovo de Serpente", um perigo à democracia, na articulação de um novo partido político com o nome de ARENA. Qual o problema? Não convivemos com partidos alinhados com regimes políticos ditatoriais e antidemocráticos? 
A "desmoralização da atividade política" é uma coisa ruim, segundo Rolim, cuja culpa ele atribui a um sujeito oculto que não os próprios políticos. 
Rolim revela um preconceito contra as classes médias, com segmento que viola as leis do trânsito, por exemplo. Segmentos de todas as classes violam as leis do trânsito, basta que tenha um automóvel. Dos filhos de ricos empresários que saem para as baladas noturnas aos mais pobres, motoristas assalariados. 
As ameaças à democracia emergem da crise do Estado e da sociedade como um todo. A corrupção e a criminalidade são mais nefastas à democracia que os males citados pelo colunista.