O povo brasileiro é carente de razão e
sentimento republicanos, que podem ser observados no Uruguai, por exemplo. Isso
é demonstrado com clareza meridiana com a idolatria de pessoas que o
representam nos principais cargos públicos.
A polarização atual entre esquerda e direita
é uma consequência nefasta dessa falta (que caracteriza nosso povo). O dualismo
político é um dos memes que mais
resiste à passagem do tempo, determinante na cultura dos bruzundangas.
Malgrado se encontrar preso legalmente, Lula
suscita o culto da personalidade –
necessário para a criação e manutenção de um Estado dirigista (como o da Coreia
do Norte, por exemplo).
O líder autêntico é irrepreensível quanto ao
seu caráter, inquestionável quanto à sua moral. O Lula está longe de satisfazer
esses atributos desejáveis, todos sabemos (exceto uma parcela cultuadora, que
finge não saber).
Do lado oposto, Bolsonaro é a nêmesis alçada à condição de líder,
ainda sem o inteiro convencimento de seus liderados. A pecha de fascista,
homofóbico e racista, que lhe atribuem os adversários não impede sua ascensão
política. Do lado detrator, há uma estrutura partidária semelhante à do crime
organizado, com a estratégia sendo ditada de dentro da cadeia.
Não há equiparação de forças (negativas) no
embate entre a realidade (Lula preso) e o discurso improvável (Bolsonaro
fascista): a primeira é muito superior.
De acordo com o parágrafo acima, menos é mais
constitui um paradoxo inteligível, a partir do qual, a ideia de uma nação mais
republicana talvez adquira o status quo
de fato social.
Froilam
de Oliveira
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