quarta-feira, 28 de outubro de 2009

UM PAPA FUTURO...

A maioria católica ainda acredita no limbo (lugar para onde vão as almas das crianças que morrem antes de serem batizadas). Nenhum fiel ao catolicismo que se preze ousaria duvidar da existência do limbo até há pouco tempo. Caso alguém se propusesse a questionar essa doutrina, certamente, teria que enfrentar os “fundamentalistas”. O coitado aguentaria o riso debochado, a ameaça que sempre pairou contra os espíritos livres, filósofos e cientistas.

Não faz muito, o papa Bento XVI acabou com o limbo. Os teólogos se reuniram no Vaticano, um canetaço e... fim. Richard Dawkins pergunta para onde foram as almas dos inocentes que lá estavam. Pergunto para os católicos, que já sabem da não-existência do limbo, qual a desculpa, qual a reparação pelo tratamento preconceituoso que tive por ser ateu.

Com a abolição do limbo, não demora para o purgatório ser questionado pelas próprias autoridades daquele Estado eclesiástico. Afinal, a justificativa para esse entreposto das almas existir é a consequência, isto é, o fato de se rezar para os mortos. Sem o purgatório, não haveria razão para todas as rezas do mundo católico que visam interceder pela salvação daqueles que morreram. As almas iriam diretamente, ou para o céu, ou para o inferno. Dawkins escreve mais ou menos isso em Deus, um delírio.

Minha esperança (sentimento que, mesmo estando aquém, transcende a acepção religiosa) é de que um papa no futuro venha a abolir o purgatório. Mais no futuro ainda, outro pontífice decrete o fim do céu e do inferno. Ele será acusado de personificar o Anticristo. A Igreja Católica ruirá definitivamente.

O tempo desperdiçado com a crença no limbo não é nada comparado aos séculos e séculos em que se teve medo, em que se rezou pelos mortos, em que se escreveu, em que se ensinou sobre o purgatório. Dois, três ou quatro milênios já se perderam de crença num céu e num inferno.

Obviamente, o que escrevi acima deve ser ignorado.

Um comentário:

Lucio Morgental disse...

Realmente os fatos são geradores de polêmica. Acredito que a Igreja Católica tem sua evolução, seus dirigentes estão tentando abolir fantasias e ignorando partes sem explicação lógica. Eu tenho convicção que logo estaremos diante de uma catástrofe religiosa. Ainda estou me encontrando, sou de origem católica, mas as mudanças são inevitáveis com a globalização.