
Morte e Vida Severina, seu poema mais famoso, é auto de Natal criado sob encomenda em 1956. Só dez anos depois, com música de Chico Buarque, o texto seria encenado e viraria, literalmente, uma "peça" de resistência.
Mas Cabral militava mesmo era contra sentimentalismos. Dizia não gostar de música. Rigoroso engenheiro da palavra, negava geometricamente a criação pelo descontrole, pela paixão: queria a poesia pelo método, exata. Sua proeza foi ser, como se tentou traduzir na figura acima, ao mesmo tempo visceral e de pedra.
(Matéria de Marcílio Godoi, publicada na revista Língua Portuguesa de setembro de 2008.)
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