sábado, 16 de fevereiro de 2008

A MELHOR POESIA









OOOOOOOOOOOOOOOODepois de um curso de pós-graduação muito puxado, que me exigiu leitura específica, retorno à melhor poesia: Pablo Neruda, João Cabral de Melo Neto e Manoel de Barros. Em Confieso que he vivido, Neruda continua poético na prosa, principalmente ao narrar encontros e descrever seus amigos poetas (García Lorca, César Vallejo, Miguel Hernández, Rafael Alberti, entre outros).
Já recitei excertos de Morte e vida severina, mas nunca me debruçara sobre os demais poemas de João Cabral, certamente um dos três maiores nomes da poesia no Brasil.
Semana passada, chegou-me às mãos os livros Gramática expositiva do chão, Memórias inventadas e Livros das ignorãças, de Manoel de Barros. O poeta mato-grossense já foi definido como o “Guimarães Rosa da poesia”, “o grande poeta das pequenas coisas”, “o poeta do Pantanal”, “o virtuoso do realismo mágico”. Alguns versos de encantamento desse alquimista da literatura contemporânea:
todos catavam pregos na beira do rio para enfiar no horizonte; as coisas que não existem são mais bonitas; no chão de minha voz tem um outono; meu fanal é um poente com andorinhas; não posso mais saber quando amanheço ontem; as coisas me ampliaram para menos; uso as palavras para compor meus silêncios...
Gosto tanto de ler Manoel de Barros que devo adquirir toda sua obra (19 livros). Hoje leio autores, independentemente de títulos.
Aos leitores mais novos da nossa terra, mormente os que já escrevem, recomendo os poetas acima.
Observação:
Neruda precisa ser lido em espanhol, uma vez que elementos essenciais da poesia se perdem com a tradução.
OOO
(Publicado na coluna do Expresso Ilustrado de 15 fev 2008)

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