A Avenida Canadá, que passa
a cem metros do endereço onde me hospedo em Curitiba, leva ao bairro Santa
Cândida, mais exatamente à sede da Polícia Federal. A nova residência do Lula
da Silva dista uns 20 quarteirões daqui, espaço que pode ser percorrido a pé
(se não valesse a pena tirar o carro da garagem).
Em plena manhã azul, brisa
agradável vindo da Serra do Mar, penso que é arriscado fazer uma
visita ao ex-presidente, com a probabilidade de voltar frustrado de lá. Essa
frustração se daria menos por não vê-lo (em sua cela especial), mas por sabê-lo
prestes a ganhar a liberdade – a partir de uma decisão monocrática de algum
juiz do Supremo.
Dessa forma, sou exatamente o oposto dos lulistas , que querem
porque querem ver o Lula (objeto de sua idolatria) livre e outra vez na
presidência do Brasil.
Da sacada do apartamento, vejo pessoas no parque sob o
sol claro e doce desta manhã. Além da Canadá, o céu é disputado pelas imensas
araucárias e pelas torres de cimento, num quadro bastante ilustrativo da
dicotomia natureza – artifício.
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