O Grande Houaiss traz a
significação seguinte para o termo condicionamento:
FISL PSIC processo de associar, pela repetição, um estímulo a uma reação não
natural, de tal modo que a exposição a tal estímulo passe a provocar essa reação.
Em Considerações neoateístas (2016), publico um exemplo para ilustrar o
processo condicionante:
Uma criança santiaguense, antes mesmo de ser
alfabetizada pelos pais ou pela escola, é apresentada à Bíblia – o livro ditado
pelo deus judaico-cristão. Dessa forma, ela passa a ter uma iniciação, um
condicionamento na religião em que fora batizada nos primeiros anos de vida.
Outra criança, nascida em Gardez (Afeganistão), antes mesmo de ser alfabetizada
pelos pais ou pela escola, conhece o Corão – o livro ditado pelo deus do
islamismo... O resultado é bastante diferente: um novo cristão aqui e um novo
islâmico lá.
Em razão de meu espírito crítico, filosófico, pergunto por que as duas
crianças acima creem em religiões diferentes, em deuses diferentes. Outros
exemplos são tão numerosos quanto o número de religiões no mundo.
Numa postagem no Facebook, publiquei a foto de uma garrafa de vinho
sobre Ser e tempo de Martin Heidegger.
Uma das interlocutoras me escreve: “Deste-me uma boa ideia. Já me fartei de romeu e julieta, vou abrir meu vinho...
Quanto à leitura, vou para a Bíblia, que já é de praxe”. Em comentário
anterior, ela fora categórica: “Eu nasci crendo em Deus e sou católica por
opção depois de já crer”.
Seu condicionamento real confirma os dois exemplos hipotéticos da minha
transcrição acima. Ainda mais, denuncia um autoengano, de que um Eu se apossa
do conteúdo do próprio condicionamento, isto é, a crença.
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