quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PALAVRAS DE FOGO

Palavras de fogo é o título que darei ao meu quinto livro, cujo lançamento acontecerá na próxima Feira do Livro de Santiago (em novembro de 2014). 
Ele pertencerá ao mesmo gênero aforístico de O fogo das palavras, publicado há três anos. Nesse caso, o simples trocadilho ilustra o grau de proximidade entre ambos e mantém a coerência de minha produção intelectual. 
Hoje me vejo mais inclinado a ser um discípulo da razão, que um enamorado da poesia, embora a verdade e a beleza se amalgamem no mesmo discurso. O próprio título “palavras de fogo” une o sentido literal dos termos tomados objetivamente e o sentido figurado: “palavras” significam pensamento, ideia; “fogo” significa intensidade, paixão. 
Minhas palavras, lamentavelmente, sequer chegam a queimar o que quer que seja, quais centelhas repentinas que se perdem no ar. 
Em meu blog Contraponto, o ofício de lançar chispas é quase diário. Prazeroso, pela perspectiva de provocar o leitor, de fazê-lo mirar a luz (por um instante apenas). Frustrante, pelo fato de não provocar quem quer que seja. Na coluna semanal do Expresso Ilustrado, há mais de dez anos, venho fazendo a crítica do que necessita ser criticado – às vezes de uma maneira fria (que também queima); às vezes, cálida. Em meus cadernos de anotações, a propensão incendiária se apresenta ainda incontrolável, sem o refrigério da autocrítica. 
O livro será a consolidação desses três espaços, subdividido em capítulos temáticos (pouco distintos, no entanto, em vista de se filiarem à noção de complexidade proposta por Edgar Morin). 
Mesmo que se destine ao futuro, Palavras de fogo representa uma chama que ilumina meus dias sombrios. A propósito, não tenho dias sombrios. 

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