Palavras de fogo
é o título que darei ao meu quinto livro, cujo lançamento acontecerá na próxima
Feira do Livro de Santiago (em novembro de 2014).
Ele pertencerá ao mesmo
gênero aforístico de O fogo das palavras,
publicado há três anos. Nesse caso, o simples trocadilho ilustra o grau de
proximidade entre ambos e mantém a coerência de minha produção intelectual.
Hoje me vejo mais inclinado a ser um discípulo da razão, que um enamorado da
poesia, embora a verdade e a beleza se amalgamem no mesmo discurso. O próprio
título “palavras de fogo” une o sentido literal dos termos tomados
objetivamente e o sentido figurado: “palavras” significam pensamento, ideia; “fogo”
significa intensidade, paixão.
Minhas palavras, lamentavelmente, sequer chegam
a queimar o que quer que seja, quais centelhas repentinas que se perdem no ar.
Em meu blog Contraponto, o ofício de
lançar chispas é quase diário. Prazeroso, pela perspectiva de provocar o
leitor, de fazê-lo mirar a luz (por um instante apenas). Frustrante, pelo fato de
não provocar quem quer que seja. Na coluna semanal do Expresso Ilustrado, há mais de dez anos,
venho fazendo a crítica do que necessita ser criticado – às vezes de uma maneira
fria (que também queima); às vezes, cálida. Em meus cadernos de anotações, a
propensão incendiária se apresenta
ainda incontrolável, sem o refrigério da autocrítica.
O livro será a
consolidação desses três espaços, subdividido em capítulos temáticos (pouco
distintos, no entanto, em vista de se filiarem à noção de complexidade proposta
por Edgar Morin).
Mesmo que se destine ao futuro, Palavras de fogo representa uma chama que ilumina meus dias sombrios.
A propósito, não tenho dias sombrios.
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