Quais as diferenças entre uma pessoa que lê incansavelmente bons livros e uma pessoa que não lê simplesmente? Há diferença, mesmo considerando-se a qualidade de vida, a felicidade?
Os exemplos que respondem negativamente (que não há diferença) estão aí, dominando a realidade.
O conhecimento, algumas vezes, conduz a certezas, por um lado, e a dúvidas, por outro, que nos distanciam da cômoda existência, mais feliz. Em sua maioria, nossos tataravós eram analfabetos, mas eram fortes e felizes (apesar do trabalho mais duro).
Pois bem, antes da nossa Feira do Livro, fui às escolas para falar sobre a importância da leitura. Por um princípio de honestidade ética, lembrei que a leitura pode atender à nossa necessidade de fruição pura e simples, de prazer. Aliás, o grande volume de leitura tem esse objetivo. Não visa ao conhecimento.
A principal diferença que expus a quem me dirigi foi de que a leitura habilita seu praticante a tornar-se sujeito da enunciação, transcendendo a passividade do interlocutor anônimo, alienado. Isso explica o sucesso do Facebook. Ali o usuário é sujeito, responde ativamente à própria condição de ser.
No meu caso, a leitura atende a instintos de conhecimento, à nova paixão a que referia Nietzsche em seu livro Aurora.
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