A
leitura de A interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud,
exige muita atenção, com paradas obrigatórias aqui e ali, retornos a determinado ponto e continuadas reflexões.
Antes
de me debruçar sobre essa obra freudiana, já analisava meus sonhos
que ganharam nitidez por força da repetição (não do enredo, mas
de sua temática). Dois deles são sintomáticos: 1) estou no alto de
uma torre que balança e cai; 2) apanho belas e maduras laranjas (que
não consigo chupar seu suco ou comer seus gomos).
O
primeiro é estimulado por meu medo de altura, cuja origem remonta
aos instantes que precederam meu difícil nascimento. O segundo tem
como estímulo a sede, sensação decorrente do consumo de alimentos
salgados, como o churrasco por exemplo.
No
capítulo III, Freud escreve que o “sonho é a realização de um
desejo”:
“Quando como anchovas, azeitonas ou algum outro
alimento muito salgado no jantar, fico com sede durante a noite e ela
me acorda. Esse despertar, no entanto, é precedido por um sonho que
sempre tem o mesmo conteúdo, a saber, que estou tomando água”.
Ele
denomina de “sonho de comodidade”, porque o sonho produz a
sensação de saciamento.
Diferentemente,
nunca sacio minha sede e acabo levantando para tomar água. Dessa
forma, não posso chamá-lo de “sonho de comodidade”.
Mais
adiante, Freud reconhece que o sonho se modificou um pouco,
apresentando uma água salgada por exemplo e não saciando sua sede.
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