quinta-feira, 21 de novembro de 2013

DOIS SONHOS


A leitura de A interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud, exige muita atenção, com paradas obrigatórias aqui e ali, retornos a determinado ponto e continuadas reflexões.
Antes de me debruçar sobre essa obra freudiana, já analisava meus sonhos que ganharam nitidez por força da repetição (não do enredo, mas de sua temática). Dois deles são sintomáticos: 1) estou no alto de uma torre que balança e cai; 2) apanho belas e maduras laranjas (que não consigo chupar seu suco ou comer seus gomos).
O primeiro é estimulado por meu medo de altura, cuja origem remonta aos instantes que precederam meu difícil nascimento. O segundo tem como estímulo a sede, sensação decorrente do consumo de alimentos salgados, como o churrasco por exemplo.
No capítulo III, Freud escreve que o “sonho é a realização de um desejo”:

Quando como anchovas, azeitonas ou algum outro alimento muito salgado no jantar, fico com sede durante a noite e ela me acorda. Esse despertar, no entanto, é precedido por um sonho que sempre tem o mesmo conteúdo, a saber, que estou tomando água”.

Ele denomina de “sonho de comodidade”, porque o sonho produz a sensação de saciamento.
Diferentemente, nunca sacio minha sede e acabo levantando para tomar água. Dessa forma, não posso chamá-lo de “sonho de comodidade”.
Mais adiante, Freud reconhece que o sonho se modificou um pouco, apresentando uma água salgada por exemplo e não saciando sua sede.

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