Como
evoluir da opinião para a verdade?
Ao opinar, devo estar preparado para a
objeção, o contraditório.
A intenção do que expresso é a verdade. Também o é a
intenção do outro. A intenção, todavia, não é a verdade.
Uma coisa distante
para o senso comum (que é opinativo por excelência) é a compreensão de que a
verdade não surge da diferença entre o que conheço e o que conhece o outro, mas
da soma (quando não a multiplicação de saberes).
Isso quase responde o tema
desta postagem, expresso na pergunta acima.
Via de regra, a verdade se oculta, qual uma forma possível dentro do diamante ainda não lapidado. Em raras
exceções, ela é inalcançável (conforme ensinava Górgias de Leontini, um dos
sofistas gregos).
Qual é a verdade em relação ao aborto? Nenhuma, na medida em
que os argumentos, com fundamentação mítica ou racional, limitam-se ao âmbito
do senso comum, da opinião.
Qual a verdade em relação à união homoafetiva? ...
Se
não existe verdade, pelo menos a expressão é livre (ou deveria ser).
Essa
liberdade é uma das maiores conquistas da nossa civilização.
Quem opina a favor
do aborto não o faz sem elencar justificativas mais ou menos plausíveis, qual a
de suspender a gravidez resultante de estupro ou que coloca em risco a vida da
gestante. Quem opina contra, também o faz em defesa da vida – do novo
indivíduo.
A posteriori, há uma
lógica em dizer que todos somos resultantes de um aborto não realizado. Cada um
dos lados se acha dono da verdade.
No caso da homoafetividade, os argumentos
são os mais diversos (e absurdos). Um renomado jornalista brasileiro, por
exemplo, chegou a dizer que um casal formado por homossexuais tem melhores
condições de cuidar de um filho.
Uma coisa é inegável: estamos longe da
verdade.
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