quarta-feira, 27 de maio de 2009

A LIÇÃO DE UM BUDISTA

Durante uma oficina, realizada na segunda-feira, Jorge Mello fez o desenho de um cubo

e pergunta a cada um dos participantes o que via. A resposta mais vezes repetida foi a de que o desenho representava um cubo. Mal havia o monge passado por mim, lembrei de uma anedota envolvendo o grande pintor Henri Matisse e me dei conta da verdadeira resposta. Uma senhora, ao observar demoradamente uma das telas de Matisse, faz o seguinte comentário: "Nunca vi uma mulher com a barriga verde". O pintor, que se encontrava às suas costas, dentro da sala de exposição, retorquiu-lhe de imediato: "Isso não é uma mulher, mas uma pintura". Obviamente, sem os nossos pré-conceitos, o desenho mostrado pelo Jorge não passava de riscos de tinta sobre uma folha de papel. Com ideias prontas, deixamos de perceber o que é uma coisa, uma coisa simples. A propósito, ele nos perguntou também qual era o contrário de "simples". Dessa vez, não me precipitei, respondendo que era "complexo".

Nenhum comentário: