terça-feira, 24 de julho de 2018

O VIZINHO PRESO


A Avenida Canadá, que passa a cem metros do endereço onde me hospedo em Curitiba, leva ao bairro Santa Cândida, mais exatamente à sede da Polícia Federal. A nova residência do Lula da Silva dista uns 20 quarteirões daqui, espaço que pode ser percorrido a pé (se não valesse a pena tirar o carro da garagem). 
Em plena manhã azul, brisa agradável vindo da Serra do Mar, penso que é arriscado fazer uma visita ao ex-presidente, com a probabilidade de voltar frustrado de lá. Essa frustração se daria menos por não vê-lo (em sua cela especial), mas por sabê-lo prestes a ganhar a liberdade – a partir de uma decisão monocrática de algum juiz do Supremo. 
Dessa forma, sou exatamente o oposto dos lulistas , que querem porque querem ver o Lula (objeto de sua idolatria) livre e outra vez na presidência do Brasil. 
Da sacada do apartamento, vejo pessoas no parque sob o sol claro e doce desta manhã. Além da Canadá, o céu é disputado pelas imensas araucárias e pelas torres de cimento, num quadro bastante ilustrativo da dicotomia natureza – artifício.      

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